O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, defendeu nessa sexta-feira (4) que a Venezuela seja suspensa das associações eleitorais regionais, alegando que sua autoridade eleitoral "perdeu a independência".
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"As eleições para a Assembleia Constituinte foram manchadas por graves e críveis denúncias de manipulação e fraude", afirma Gilmar Mendes em um ofício dirigido à secretaria executiva da Associação de Organismos Eleitorais da América do Sul e à União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore).
Gilmar Mendes pede que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano seja suspenso de ambas associações, o que lhe impediria de participar das reuniões e receber cooperação.
"O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela perdeu sua independência e sua capacidade para garantir eleições livres, justas e críveis".
"Deixou de ser uma instituição avalista da democracia para se transformar em uma avalista da manutenção de um grupo no poder, violando a soberania popular e o estado de direito", declarou Mendes, que solicitou uma reunião extraordinária das associações regionais para deliberar sobre o assunto.
Legitimidade
A legitimidade da Constituinte foi questionada desde o início porque Maduro a convocou sem um plebiscito e porque seu sistema eleitoral, segundo os opositores, favorecia o controle ao governo.
A empresa Smartmatic, que deu suporte tecnológico às eleições, denunciou que o CNE, segundo o qual votaram oito milhões de pessoas, "manipulou" e inflou o número em pelo menos um milhão de eleitores.