Nigéria

Estados Unidos irá vender aviões de ataque para Nigéria

Presidente da Nigéria declarou que aviões serão usados no combate contra os radicais do Boko Haram

Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Estadão Conteúdo
Publicado em 07/08/2017 às 8:35
Foto: Reprodução/YouTube
Presidente da Nigéria declarou que aviões serão usados no combate contra os radicais do Boko Haram - FOTO: Foto: Reprodução/YouTube
Leitura:

O governo dos Estados Unidos aprovou a venda de 12 aviões de ataque leve A-29 Super Tucano, da Embraer Defesa (EDS), para a força aérea da Nigéria. Em nota, o presidente nigeriano Muhammadu Buhar, disse que as aeronaves serão empregadas no combate ao movimento radical islâmico Boko Haram, que atua fortemente em 12, dos 36 Estados do país. O contrato tem valor preliminar estimado entre US$ 180 milhões e US$ 200 milhões, cobrindo o treinamento, a documentação técnica e o fornecimento de um simulador para instrução de pilotos.

O lote será parcialmente produzido na fábrica da Embraer em Jacksonville, na Flórida. A fabricante brasileira atua em território americano associada com a Sierra Nevada Corporation, de Sparks, no estado de Nevada. Segundo a Agência de Cooperação em Defesa e Segurança, o custo do pacote total, envolvendo diversos tipos de equipamentos militares, chega a US$ 595 milhões.

O negócio foi discutido longamente. A linha de crédito deveria ter sido liberada em 2015, mas foi suspensa pela administração democrata do ex-presidente Barack Obama, sob a alegação de que o governo da Nigéria estaria comprometido com o descumprimento dos direitos humanos das minorias étnicas que compõem a população de 174 milhões de habitantes, a maior da África, separadas principalmente pela religião: muçulmanos ao norte, cristãos no centro-sul, os poucos igbos e yorubas nas áreas de floresta.

Há cinco meses, sob a gestão do presidente republicano Donald Trump na Casa Branca, o Departamento de Estado sinalizou que o consentimento estava avançando. Em uma conversa por telefone Trump disse a Buhar que aprovava a transação, vista por ele "como parte do trabalho de combater o terrorismo".

O A-29 terá missão bem definida na aviação da Nigéria. Na configuração pretendida, o turboélice da Embraer vai ser usado para localizar eletronicamente alvos com precisão e usar contra eles armas guiadas (bombas ‘inteligentes’, orientadas por laser) capazes de reduzir os danos colaterais - vítimas não combatentes e instalações civis.

Avaliação

Ao mesmo tempo prossegue no complexo aéreo de Holloman, no estado do Novo México, nos EUA, a avaliação OA-X para testar a viabilidade de um conceito: o uso de um modelo novo de avião, de baixo custo e manutenção simples, para levar apoio tático à tropa em ambiente de baixo risco. A Embraer Defesa foi convidada pela Força Aérea americana para participar do processo. Outros três tipos estão sendo examinados: o turboélice AT-6 Wolverine, da Beechcraft, o jato Scorpion, da Textron Airland e, desde o final de julho, o AT-802, da Air Tractor/L3, derivado de um robusto avião agrícola convertido para emprego militar.

O objetivo da USAF nesse experimento é obter informações que permitam levar às comissões do Congresso uma "solução engenhosa para substituir o velho e ainda eficiente A-10 Javali", na definição da ex-secretária da Força Aérea, Deborah James.

O A-10, em atividade há 40 anos, é imbatível nas ações de destruição de objetivos no solo, com a capacidade de lançar bombas, mísseis, foguetes e ainda disparar munição pesada com um imenso canhão Vingador de 30 mm. O problema é de custo. Uma hora de voo do Javali não sai por menos de US$ 17 mil.

O plano da USAF é fazer uma composição. Utilizar um avião menor e bem mais barato para os ataques leves. E reservar o serviço pesado para um outro, como o novo F-35 Lightning (de US$ 35 mil a US$ 42 mil a hora no ar).

O Super Tucano gasta US$ 1 mil por hora de voo. O A-29 leva até 1,5 toneladas de cargas de combate, além das duas metralhadoras 50 montadas nas asas. É empregado em 13 países entre os quais o Afeganistão que recebeu um arranjo especial de 12 unidades protegidas por placas blindadas.

Últimas notícias