O fundo de um profundo cenote, no meio das paradisíacas praias caribenhas do México, foi o túmulo de uma preguiça-gigante que viveu 10.000 anos antes da era cristã, durante o final do Pleistoceno, cuja descoberta foi anunciada nesta quarta-feira por cientistas mexicanos.
Leia Também
- Arqueólogos acreditam ter achado o local de nascimento de São Pedro
- Descobertas arqueológicas podem explicar sobre vida na época de Jesus
- Arqueólogos buscam o túmulo de rei escocês da Idade Média
- Instituto Arqueológico revisita marcos históricos de Pernambuco
- Museu de Arqueologia lança livros infantis sobre patrimônios do Recife
A nova espécie recebeu o nome científico de Xibalbaonyx oviceps, em alusão à palavra maia Xibalbá, um perigoso inframundo mitológico, representado pelas cavernas onde os restos foram encontrados, assim como aos termos onix (grego), por suas garras, e ovum (latim), pois a forma de seu crânio é similar a um ovo.
Os restos foram descobertos em 2010 pelo explorador Vicente Fito, no cenote chamado Zapote, dentro de uma área conhecida como a Rota dos Cenotes, indicou um comunicado do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH).
"O esqueleto se encontra quase completo, distribuído entre 50 e 55 metros de profundidade, e por isso se acredita que o animal caiu quando o cenote estava seco, ou possivelmente com um pouco de água a uma maior profundidade", detalhou o INAH.
Os cenotes são depósitos subterrâneos de água, localizados nos estados mexicanos de Yucatán e Quintana Roo (leste) e em outras partes da América.
O crânio e a mandíbula da preguiça, batizada de "Pote", assim como nove vértebras, três ossos longos, três costelas e sete garras foram coletados em 2014, como parte de um resgate dirigido pela arqueóloga do INAH Carmen Rojas Sandoval.
"As primeiras datações indicam uma antiguidade de entre 10.647 e 10.305" anos antes da era cristã, acrescentou o INAH.
Preguiças-gigantes
Os preguiças-gigantes foram amplamente documentados na América do Sul, a partir de onde migraram para a América do Norte há nove milhões de anos, embora as rotas e relações evolutivas da espécie entre os dois continentes ainda sejam pouco compreendidas, assim como os eventuais habitats e as barreiras geográficas.