O secretário americano da Defesa, Jim Mattis, iniciou nesta terça-feira (22) uma visita a Bagdá para reafirmar o apoio dos Estados Unidos ao Iraque em sua luta contra o grupo Estado Islâmico (EI), que está cercado em um de seus últimos redutos no país.
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"No momento, a prioridade é vencer o EI no Iraque e restaurar a soberania e a integridade territorial do país", afirmou Mattis à imprensa antes de desembarcar em Bagdá.
O chefe do Pentágono se reunirá com o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, e com outras autoridades iraquianas. Também terá um encontro em Erbil com Masud Barzani, presidente da região autônoma do Curdistão iraquiano.
Em 2014, durante uma rápida ofensiva, o EI assumiu o controle de quase um terço do país. Desde então, as forças governamentais, apoiadas pela coalizão internacional "antijihadista" e por unidades paramilitares, expulsaram esses extremistas de seus redutos progressivamente. No início de julho, retomaram o controle de Mossul, segunda maior cidade do país.
No domingo, as forças iraquianas começaram uma ofensiva contra Tal Afar, uma cidade histórica de 200.000 habitantes e sob controle do EI, 70 km ao leste de Mossul, na região norte do país.
'Estado Islâmico não desaparecerá tão cedo'
Nesta terça-feira (22), as tropas iraquianas agrupadas na entrada de Tal Afar lutavam contra os extremistas, entrincheirados na cidade - quase mil, segundo as autoridades.
"O ataque foi lançado contra a mesma cidade", declarou à AFP Ahmed Al-Asadi, porta-voz da Hashd Al-Shaabi, unidades paramilitares dominadas por milícias xiitas.
Ele mencionou combates "violentos, enquanto diferentes unidades do Exército, da polícia e da Hashd estão mobilizadas em várias frentes, cercando toda cidade".
O enviado do presidente americano, Donald Trump, para a coalizão internacional no Iraque, Brett McGurk, afirmou que, nas primeiras 24 horas de sua ofensiva, as forças antijihadistas conquistaram 235 quilômetros quadrados.
"Será uma batalha muito dura", declarou, antes de Mattis chegar a Bagdá.
"Os dias do Estado Islâmico estão contados, com certeza, mas ainda não acabou, e isto não acontecerá tão cedo", disse Mattis a respeito do grupo que reivindicou atentados na semana passada na Espanha e na Rússia.
Em 2014, a tomada de Mossul pelo EI, ante uma retirada das forças iraquianas, chegou a provocar o temor de um colapso do Estado.
A "libertação" da cidade, proclamada com grande pompa em julho por Abadi, restaurou a confiança, afirmou Mattis, apesar do balanço de "mais de 1.200 mortos e 6.000 feridos" nas forças iraquianas.
A vitória - disse ele - não teria acontecido "sem a mão firme do primeiro-ministro Abadi, que reconstituiu o Exército, destroçado em 2014, um Exército que herdou" ao suceder a Nuri Al-Maliki.
De acordo com analistas, o chefe do Pentágono espera manter algumas tropas no país para treinar as forças de segurança iraquianas, com o objetivo de impedir um ressurgimento do EI.