Os mergulhadores que procuram pelos dez marinheiros desaparecidos na colisão de um destróier americano com um navio petroleiro perto de Cingapura localizaram restos humanos - informou o comando da Frota dos Estados Unidos no Pacífico.
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De acordo com o almirante Scott Swift, referindo-se às buscas no destróier "USS John S. McCain", "os mergulhadores conseguiram localizar alguns restos em compartimentos inundados durante as buscas de hoje".
Ele acrescentou que as autoridades malaias, que participam das buscas, também acharam um corpo, que ainda não foi identificado.
O acidente aconteceu na madrugada de segunda-feira, no Estreito de Cingapura, perto do Estreito de Malacca. O destróier lança-mísseis se dirigia para Cingapura para uma parada de rotina.
Depois do choque com o petroleiro, de bandeira liberiana, o segundo em que um navio de guerra americano se vê envolvido em menos de três meses, o almirante John Richardson, ordenou uma pausa operacional de todas as frotas americanas no mundo.
Dez marinheiros americanos foram declarados desaparecidos depois da colisão entre o destróier e o cargueiro "Alnic MC". Outros cinco militares ficaram feridos.
O casco do destróier apresentava um grande buraco, por onde a água entrou, inundando os compartimentos próximos, a sala de máquinas e de comunicações. O navio mercante registrou apenas alguns danos.
O acidente envolveu uma importante operação de resgate, que mobilizou navios e aviões de Cingapura, Malásia, Indonésia e Estados Unidos.
O almirante Scott Swift afirmou que as buscas prosseguirão. "Ainda temos a esperança de encontrar sobreviventes", declarou.
Segunda colisão
Esta é a segunda colisão acidental sofrida por um navio da Marinha dos Estados Unidos nos últimos dois meses.
Em 17 de junho, sete marinheiros morreram no choque entre o destróier "USS Fitzgerald" e um cargueiro filipino na costa do Japão.
Os corpos dos marinheiros, com idades entre 19 e 37 anos, foram encontrados por mergulhadores um dia depois da colisão.
Uma investigação tenta determinar as causas do acidente. Os investigadores japoneses entrevistaram a tripulação filipina do cargueiro de 222 metros de comprimento, enquanto as autoridades dos Estados Unidos também investigam o caso.
Assim como o Fitzgerald, o "USS John S. McCain" integra a Sétima Frota dos Estados Unidos, com base em Yokosuka, Japão.
Este mês, o "John S. McCain" havia protagonizado um incidente com a China, ao navegar a apenas seis milhas náuticas (11,1 km) do recife Mischief no Mar da China Meridional, construído artificialmente por Pequim.
Realizada - segundo o governo dos Estados Unidos - como um exercício de liberdade de navegação, a manobra gerou um protesto formal e público de Pequim.
Na ocasião, o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, afirmou que as manobras do "USS John S. McCain" haviam violado as leis nacionais e internacionais, afetando "seriamente" a soberania e a segurança do país. O recife é parte das ilhas Spratly, cuja soberania é disputada pela China e pelos países vizinhos.
O nome do destróier é uma homenagem ao pai e ao avô do senador John McCain, ambos ex-almirantes da Marinha americana durante a Segunda Guerra Mundial.