EUROPA

Polícia busca conexões dos terroristas da Espanha

A célula extremista havia planejado causar muito mais dano, utilizando uma grande quantidade de explosivos

AFP
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Publicado em 23/08/2017 às 10:18
Foto: GABRIEL BOUYS / AFP
A célula extremista havia planejado causar muito mais dano, utilizando uma grande quantidade de explosivos - FOTO: Foto: GABRIEL BOUYS / AFP
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Os investigadores continuam as buscas por possíveis conexões - dentro e fora da Espanha - da célula extremista que matou 15 pessoas nos atentados de Barcelona e de Cambrils.

Essa célula havia planejado causar muito mais dano, utilizando uma grande quantidade de explosivos.

Segundo um dos quatro suspeitos que compareceram na véspera diante de um juiz da jurisdição antiterrorista, o imã Abdelbaki es Satty - considerado o cérebro dos ataques - planejava se suicidar em um grandioso atentado.

Outros oito dessa célula foram abatidos pela polícia, ou morreram em uma explosão acidental enquanto preparavam bombas.

No tribunal, o suspeito relatou que seus companheiros queriam atacar grandes monumentos do país com os artefatos que explodiram na casa de Alcanar, 200 km ao sul. A deflagração matou Satty e mais um elemento da célula.

Entre os escombros, foram encontrados 120 botijões de gás, uma enorme quantidade de pregos, detonadores e pelo menos 500 litros de acetona, água oxigenada e bicarbonato.

Essas substâncias são os ingredientes do triperóxido de triacetona (TATP), um poderoso explosivo conhecido entre os grupos radicais como "a mãe de Satã".

"Existem indícios racionais e suficientes de que nessa casa estavam tentando fabricar peróxido de acetona, utilizado habitualmente pelo Daesh (acrônimo do EI em árabe) em suas ações terroristas, como os atentados de Paris e de Bruxelas", afirmou o juiz.

Novas revistas

A Polícia regional catalã, a Mossos d'Esquadra, que conduz a investigação, realizou novas batidas na noite de terça-feira (22).

A primeira foi em uma central telefônica de Ripoll, localidade onde vivia a maioria dos membros da célula terrorista e onde Satty atuava como imã.

A outra aconteceu em Vilafranca del Penedés, que fica perto do lugar onde, na segunda-feira, a polícia matou o marroquino Younes Abouyaaqoub, de 22 anos. Ele foi o jovem que dirigiu a van que atropelou a multidão na turística avenida Las Ramblas de Barcelona, matando 13 pessoas e ferindo mais de 100.

A Polícia procura por possíveis colaboradores ligados aos terroristas, com as investigações se estendendo além da Espanha: Marrocos, país de origem da maioria dos suspeitos; assim como França e Bélgica, lugares para onde aparentemente teriam viajado antes de cometer os atentados.

Contactadas pela AFP, as autoridades marroquinas não reagiram às notícias nos jornais espanhóis sobre várias detenções nesse país relacionadas com os ataques.

Na Bélgica, o prefeito de Vilvoorde, Hans Bonte, disse à AFP que Satty viveu nessa localidade próxima a Bruxelas entre janeiro e março de 2016.

"Ele se apresentou de repente e disse que queria ser imã porque na Espanha não tinha futuro", contou ao jornal "El País", acrescentando que as autoridades belgas consultaram as espanholas sobre seus vínculos com o terrorismo e que a resposta foi "não".

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