A Rússia acusou os Estados Unidos, nesta segunda-feira (28), de quererem "agravar as tensões" na Venezuela com a adoção de novas sanções contra o governo de Nicolás Maduro.
"Essas sanções contra os setores financeiro e petroleiro da Venezuela têm como objetivo (...) agravar os problemas econômicos" no país, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, citada em um comunicado.
As sanções "alimentam a parte intransigente (da oposição), que apenas vê uma oportunidade política mediante a exclusão das autoridades venezuelanas", acrescentou.
"A própria lógica das sanções conduz a um agravamento das tensões", afirma.
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EUA
Na sexta-feira (25), o presidente americano, Donald Trump, proibiu por decreto a negociação da dívida emitida pelo governo venezuelano e por sua companhia petrolífera estatal, a PDVSA. Foram as primeiras sanções contra o país após as decretadas contra o presidente Nicolás Maduro e alguns de seus colaboradores.
Trump também alertou para uma eventual "opção militar" diante da grave crise política e econômica do país, com protestos nas ruas que já deixaram 125 mortos desde abril.
Maduro chamou essas sanções de "brutal agressão", enquanto a aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) lançou no domingo à noite um comunicado apoiando as medidas.
Aliada de Moscou na América Latina, a Venezuela está mergulhada há meses em uma grave crise econômica, política e institucional.
"Vamos examinar atentamente as consequências das sanções impostas pelos Estados Unidos e seu eventual impacto sobre os interesses da Rússia e dos empresários russos", assegurou Zakharova.
"Mas, desde já, podemos dizer que não vão influenciar nossa vontade de desenvolver e reforçar a cooperação com a Venezuela", acrescentou a porta-voz.