O papa Francisco revela o seu lado mais íntimo em um novo livro de entrevistas, que será publicado em breve, no qual fala sobre as mulheres com as quais mais contou durante a sua vida.
O livro "Política e Sociedade", que nasceu a partir de um diálogo entre o pontífice e o pesquisador francês Dominique Wolton, será publicado em setembro, mas a revista Le Figaro Magazine divulgará alguns trechos em sua edição de sexta-feira (1).
Na obra, Francisco fala sobre vários temas delicados para a Igreja, como o casamento entre homossexuais, sacerdotes pedófilos, as relações entre o catolicismo e o islamismo, ou até mesmo a comunhão entre divorciados.
Porém, de forma não habitual, faz algumas confidências sobre as mulheres mais importantes da sua vida. "Agradeço a Deus por ter conhecido mulheres autênticas ao longo de minha vida", declarou o papa argentino.
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Homenagem
O pontífice faz uma homenagem especial às suas duas avós, à sua mãe - que "enfrentava os problemas um atrás do outro", incluindo sofrimentos físicos -, e às suas irmãs.
"E também tive as amigas da adolescência, as 'namoradinhas'... Estar sempre em contato com as mulheres foi muito enriquecedor", ressalta o papa, que diz ter "aprendido (...) que as mulheres veem as coisas de uma maneira diferente da dos homens" e que é "importante escutar ambos".
O papa conta também que foi muito influenciado por uma militante comunista, Esther Ballestrino de Careaga, assassinada durante a ditadura argentina (1976-1983) após ajudar a fundar o movimento Mães da Praça de Maio.
"Ela me ensinou a pensar a realidade política. (...) Devo muito a essa mulher", disse Francisco.
O papa conta também que "consultou uma psicanalista judia" quando tinha 42 anos, em um momento de sua vida no qual "sentiu necessidade". Consultou-se uma vez por semana durante seis meses "para esclarecer algumas coisas". "Uma pessoa muito boa" que "me ajudou muito", acrescentou.