Brasil e China assinaram, nesta sexta-feira (1º), 14 acordos de cooperação em temas variados, de futebol a energia nuclear, passando pela usina de Belo Monte, no segundo dia da visita oficial de Michel Temer, que pretende divulgar seu pacote de privatizações.
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Os acordos foram assinados após um encontro de Temer com o presidente Xi Jinping em Pequim, antes da reunião dos Brics, grupo composto também por Rússia, Índia e África do Sul, na semana que vem.
Os acordos incluem o licenciamento da Fase 2 da Usina de Belo Monte, um acordo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Sinosure para dar garantias a investidores chineses no Brasil e o financiamento e a construção de um terminal no porto de São Luís.
Temer vem intensificando a busca por investimentos chineses desde que assumiu a presidência e disse que sua delegação de 19 membros demonstra a prioridade que ele dá para as relações com o país asiático.
"O Brasil é um parceiro cooperativo de primeira linha para a China", afirmou Xi.
"A relação de Brasil e China tem significado estratégico global, e os dois países devem aprofundar sua cooperação e seguir em frente em harmonia".
O gigante asiático está em busca de mercados para escoar sua produção industrial excedente.
Além de temas econômicos, Xi disse que quer transformar a China numa potência do futebol internacional e que espera ver o país sediar uma Copa do Mundo.
Nesta sexta-feira (1º), após ser divulgado o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que registrou expansão de 0,2% da economia do Brasil no segundo trimestre, Zhang Run, o vice-diretor-geral do Departamento de Assuntos da América Latina e do Caribe da China, disse à imprensa que a economia brasileira está "de volta aos rumos", afirmando que a relação dos países "resistiu ao teste de mudança das circunstâncias".
Comércio
O comércio entre as duas nações cresceu mais de 30% nos primeiros sete meses deste ano, disse Zhang, assinalando que o investimento de mais de 30 bilhões de dólares no Brasil fazer do país "o destino número um dos investimentos da China na América Latina.
Zhang ainda afirmou que a China recentemente se tornou o maior mercado de exportação de carne brasileira, apesar do escândalo de adulteração e corrupção no setor, desencadeado pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal.