CONFLITO

Extremistas do Estado Islâmico tentam contra-atacar em Raqa

Em todas as partes as construções foram reduzidas a montanhas de concreto e ferro retorcido

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Publicado em 04/09/2017 às 16:55
Foto: DELIL SOULEIMAN / AFP
Em todas as partes as construções foram reduzidas a montanhas de concreto e ferro retorcido - FOTO: Foto: DELIL SOULEIMAN / AFP
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Na Cidade Velha de Raqa, os combatentes das Forças Democráticas Sírias (FDS) patrulham com fuzis no ombro o bairro reconquistado dos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI), que multiplicam os contra-ataques.

Em todas as partes as construções foram reduzidas a montanhas de concreto e ferro retorcido. O cheiro dos cadáveres em decomposição impregna o ar.

Na sexta-feira (1º), as FDS, uma aliança de combatentes curdos e árabes apoiada por Washington, anunciaram a reconquista de todo o bairro, dando prosseguimento ao avanço em Raqa, importante reduto do EI no norte da Síria.

Mas, desde então, os extremistas têm multiplicado os contra-ataques para tentar se reinstalar no setor.

Os aviões da coalizão internacional continuam os ataques aéreos em apoio às FDS, que posicionaram seus atiradores nos andares superiores dos edifícios para monitorar as imediações do bairro.

"Nós rastreamos as ruas perto da Cidade Velha. O Daesh (sigla em árabe para o EI) atacou algumas de nossas posições, mas freamos o ataque e os aviões da coalizão os bombardearam", informou no domingo à AFP o comandante curdo das FDS, Arkich Siamand.

'Multiplicar os ataques'

Segundo Siamand, a organização extremista "irá multiplicar os ataques para tentar retomar a Cidade Velha, que estrategicamente é muito importante".

As FDS entraram em Raqa no dia 6 de junho e expulsaram os extremistas de mais de 60% da cidade, controlada desde 2014 pelo EI.

Os extremistas ainda controlam uma parte do norte e do centro de Raqa, onde cerca de 25 mil civis ainda estão presos no fogo cruzado, de acordo com a ONU.

A aliança curdo-árabe entrou na Cidade Velha no início de julho, depois que a coalizão abriu duas brechas na muralha de Rafiqah, do século VIII, que cerca a área.

"Nós expulsamos todos os elementos do EI da parte histórica de Raqa", garante Ardelan Assake, comandante das FDS que acompanha a equipe da AFP em uma visita ao bairro.

"Tentaram nos atacar várias vezes para retomar o bairro, mas nós paramos suas ofensivas", continuou.

Em um prédio, vários combatentes estão instalados no chão. Um deles, com o olhar fixo em um tablet, determina as posições em que ainda há combatentes do EI em uma rua ao sul da marulha de Rafiqah.

Um pouco mais adiante, em um outro prédio, um atirador apoia sua arma na janela e se prepara para atirar nos extremistas que viu perto de uma torre de telecomunicações.

'Presas do EI'

Nas ruas foram colocados tecidos brancos ou cor-de-rosa para bloquear a visão dos atiradores do EI e proteger os movimentos das FDS.

A Cidade Velha, setor histórico, está ao lado de um distrito administrativo estratégico no centro de Raqa, onde está localizada a ex-sede do governo e dos serviços de Inteligência.

As FDS já definiram o seu próximo objetivo: silos de grãos a cerca de um quilômetro da Cidade Velha.

Emboscados em um prédio não muito distante, as combatentes curdas de uma unidade de proteção das mulheres monitoram os movimentos dos extremistas nesse setor.

Em uma janela, Biritan Joudi espera, com o dedo no gatilho da arma apoiada em uma almofada. "Esperamos as presas do EI para explodir suas cabeças", diz a jovem combatente.

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