DESASTRE NATURAL

Passagem de furacão deixa devastação no Caribe

Com rajadas de vento que superaram os 295 km/h, o furacão de categoria cinco, a mais alta, já deixou pelo menos quatro mortos

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Publicado em 07/09/2017 às 17:45
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Com rajadas de vento que superaram os 295 km/h, o furacão de categoria cinco, a mais alta, já deixou pelo menos quatro mortos - FOTO: Foto: GERBEN VAN ES / AFP
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O poderoso furacão Irma, de magnitude inédita, avança nesta quinta-feira (7) em direção a República Dominicana, Haiti, Cuba e Flórida, após deixar pelo menos seis mortos e um rastro de destruição em sua passagem pelo Caribe.

Com rajadas de vento que superaram os 295 km/h, o furacão de categoria cinco, a mais alta, já deixou pelo menos quatro mortos na ilha franco-holandesa de Saint Martin, anunciou o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, reduzindo o balanço inicial de oito mortos.

O ciclone também matou uma pessoa na parte holandesa da ilha, segundo Haia. 

Tudo "foi destruído" como se fosse "uma bomba atômica", contou à emissora France Info Dany Magen-Verge, moradora de St. Martin, ilha com 70 mil habitantes conhecida por suas praias paradisíacas, em que 60% das casas ficaram destruídas. 

Na vizinha St. Barts, ilha francesa com 10 mil moradores, os danos foram consideráveis, mas, até agora, ninguém morreu, indicou o primeiro-ministro francês, em um balanço que dá conta de 50 feridos no local. 

Uma sexta vítima foi registrada em Barbuda, uma ilha próxima com 1.600 habitantes, que, segundo seu primeiro-ministro, Gaston Browne, está "totalmente devastada".

"Para os quem não acreditam nas alterações climáticas, esperamos que mudem de opinião quando virem esses desastres naturais", acrescentou. 

O presidente Donald Trump expressou sua "grande preocupação" com a chegada do furacão, que pode tocar terra na Flórida neste fim de semana. "Estamos muito preocupados, trabalhamos duro", disse, na Casa Branca. 

Intensidade inédita 

O Irma provocou ventos de 295 km/h durante mais de 33 horas, superando o supertufão Haiyan, que, em 2013, provocou os mesmos ventos que o Irma nas Filipinas, mas durante 24 horas, deixando mais de 7 mil mortos.

"Uma intensidade tão duradoura era algo inédito no mundo desde o princípio da era dos satélites", há 50 anos, segundo o serviço meteorológico francês.

O furacão já afetou cerca de 1,2 milhão de pessoas, mas o número pode chegar a 26 milhões, segundo a Cruz Vermelha. 

Em Anguilla e nas Ilhas Virgens britânicas, o Irma também causou "danos catastróficos", indicou o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson. Alguns veículos especulam a possibilidade de uma sétima vítima em Anguilla. 

O Reino Unido liberou 13 milhões de euros e enviou dois navios militares para auxiliar as vítimas. A rainha Elizabeth II disse que seus "pensamentos" estão com os atingidos.

O Irma causou estragos gigantescos na ilha de St. Martin, onde "95% do lado francês ficaram destruídos", segundo o presidente do conselho territorial da parte francesa, Daniel Gibbs.

Na ilha, testemunhas descreveram uma "paisagem apocalíptica". "É quase como estar em um país em guerra", disse a jornalista local, Maeva Myriam Ponet.

"As destruições são maciças", lamentou nesta quinta o ministro francês do Interior, Gérard Collomb, Ele anunciou que o presidente Emmanuel Macron vai viajar "assim que for possível" às zonas afetadas.

Tanto em St. Martin quanto em St. Barts, não há luz, nem água potável, não se pode entrar nos prédios públicos, as casas estão destruídas, as árvores, caídas e até os serviços de socorro sofreram danos.

Está previsto que, nesta quinta-feira, se inicie uma ponte aérea para levar ajuda às ilhas e evacuar os feridos, anunciou a ministra francesa de Territórios Ultramarinos, Annick Girardin. Ela chegou nesta quinta, com 150 socorristas, à ilha de Guadalupe, que serve como base de operações. 

República Dominicana e Miami em alerta 

Apesar de não ter tocado a terra em San Juan, capital de Porto Rico, a ilha, que é um Estado associado dos Estados Unidos, penou durante a noite de quarta-feira com fortes chuvas e ventos. Um milhão de pessoas ficaram sem energia elétrica.

O Irma agora segue avançando em direção oeste, rumo à República Dominicana e ao Haiti, onde as primeiras ordens de evacuação já foram emitidas, apesar de que, a princípio, o olho do furacão não deva alcançar a ilha, segundo o Escritório Nacional de Meteorologia.

O Centro Nacional de Furacões americano prevê que o Irma se dirija, sem seguida, a Cuba, em estado de alerta, e à Flórida. 

"A maior parte das pessoas ao longo da costa (americana) nunca experimentou um furacão como este. Será realmente devastador", advertiu nesta quinta o diretor da Agência de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês), Brock Long.

O presidente Donald Trump tuitou "sejam prudentes, permaneçam em lugares seguros!".

Em Miami, a população formou grandes filas nos postos de gasolina e em supermercados, que ficaram com estantes vazias e escassez de água.

As Ilhas Virgens americanas e a Flórida estão em estado de alerta, e as autoridades mandaram evacuar Florida Keys, arquipélago no extremo sul do estado, e a costa da Georgia.

Em Cuba, também foi declarado estado de alerta em várias províncias do leste e do centro, e as autoridades aconselharam moradores a se deslocarem para casas de parentes em zonas seguras, ou irem para os abrigos.

Após o Irma, o Caribe vai enfrentar mais dois furacões: José e Katia. O primeiro é muito menos forte do que o Irma, e o segundo se dirige para o México.

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