O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira por unanimidade uma nova resolução de sanções contra a Coreia do Norte após seu sexto teste nuclear, efetuado em 3 de setembro.
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Com o apoio de China e Rússia, o Conselho aprovou a iniciativa dos Estados Unidos com voto favorável dos 15 membros um mês depois de adotar outra que vetava as exportações norte-coreanas de carvão, ferro e mariscos após o lançamento, em meados de agosto, de um míssil de médio alcance que sobrevoou o Japão. As restrições privaram o país de 1 bilhão de dólares ao ano, somas que representam quase um terço do ingresso de suas divisas externas.
As medidas, no entanto, não impediram Pyongyang de lançar um míssil de médio alcance que sobrevoou o Japão em meados de agosto e de executar um teste nuclear em 3 de setembro.
No domingo (10), o governo americano entregou aos membros do Conselho de Segurança da ONU uma revisão de seu projeto de sanções para a Coreia do Norte. As modificações foram realizadas após quatro dias de negociações intensas com Moscou e Pequim, sobre os trabalhadores norte-coreanos expatriados e a inspeção à força dos navios suspeitos de transportar cargas proibidas pelas resoluções da ONU. O governo dos Estados Unidos também aceitou não congelar os bens do líder norte-coreano, Kim Jong-Un, ante a oposição de Rússia e China.
"Não buscamos uma guerra", assegurou a embaixadora americana Nikki Haley após a votação.
A resolução proíbe as exportações de têxteis, envios de gás natural e limita as entregas de produtos derivados de petróleo refinado. Ela limita a entrega de produtos derivados de petróleo a 500.000 barris durante três meses a partir de 1º de outubro e a dois milhões de barris a partir de 1º de janeiro de 2018 durante 12 meses. Algo que representa um corte de 10% destes produtos, segundo o Departamento de Energia dos Estados Unidos, que calcula que a Coreia do Norte importa 2,2 milhões de barris ao ano.
Ainda assim, restringe os países-membro das Nações Unidas conceber novas permissões de trabalho a cidadãos norte-coreanos. Uns 93 mil cidadãos trabalham no exterior, tornando-se uma importante fonte de renda para financiar o programa de armamento de Pyongyang, segundo uma fonte americana.
Estados Unidos, Reino Unido, França e Itália, entre outros países, coincidiram em que a nova resolução é "muito sólida", equilibrada" e manifesta a "unidade" e "determinação" da instituição internacional para abordar o problema.
- Em busca da estabilidade duradoura -
Com este novo pacote de sanções - o oitavo desde 2006 - a ONU quer pressionar a Coreia do Norte para que negocie seu programa armamento, que considera uma ameaça à estabilidade mundial.
O regime importa gasolina e diesel principalmente da China, vitais para garantir o funcionamento dos setores agrícola, militar e de transporte.
Pequim, o aliado mais importante de Pyongyang, se negou a avalizar o embargo total petroleiro proposto por Washington, ao temer que deixaria em frangalhos a economia norte-coreana.
A resolução estabelece que a Coreia do Norte continuará recebendo os quatro milhões de barris de petróleo procedentes da China.
A sanção contra as exportações têxteis privará o regime de 726 milhões de dólares ao ano, segundo uma fonte americana.
O documento manifesta de todas as formas as preocupações de autoridades russas e chinesas, que defendem o diálogo, e destaca a necessidade de "garantir uma estabilidade duradoura no nordeste da Ásia" e "resolver a situação através de canais pacíficos, diplomáticos e políticos".
Moscou e Pequim impulsionam o estabelecimento de negociações com Pyongyang, mas sua proposta de deter os testes nucleares e lançamento de mísseis em troca da suspensão dos exercícios militares conjuntos entre Washington e Seul foi rechaçada pelos Estados Unidos.
A Casa Branca assegurou que a ação militar é uma das opções para abordar a crise norte-coreana e ameaçou cortar seus laços econômicos com os países que continuam comercializando com a Coreia do Norte - 90% de seu comércio externo é com a China.
O regime de Kim avisou na manhã de segunda-feira que não aceitará nenhum castigo por seus programas nuclear e balístico. Alega que são vitais para garantir sua segurança diante da ameaça que os Estados Unidos representam.
O Ministério das Relações Exteriores prometeu, segundo um comunicado difundido pela agência estatal KCNA, que "os Estados Unidos pagarão o preço" se se aprovasse uma nova "resolução ilegal".