AMEAÇA

Japão condena disparo de míssil norte-coreano

Segundo o governo japonês, o míssil sobrevoou o norte do país antes de cair no mar

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Publicado em 14/09/2017 às 22:10
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Segundo o governo japonês, o míssil sobrevoou o norte do país antes de cair no mar - FOTO: Foto: AFP
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A Coreia do Norte lançou um míssil que sobrevoou o Japão antes de cair no mar depois de percorrer milhares de quilômetros, em um novo desafio de Pyongyang, condenado "energicamente" por Tóquio.

O míssil foi disparado de um local próximo a Pyongyang e voou aproximadamente 3.700 quilômetros a leste, atingindo uma altitude máxima de 770 km, ou seja, mais longe e mais alto que os mísseis norte-coreanos anteriores, informou o ministério da Defesa sul-coreano. 

Segundo o governo japonês, o míssil sobrevoou a ilha japonesa de Hokkaido (norte) às 07H06 locais (19H06 de quinta-feira, horário de Brasília), antes de cair no mar, cerca de 2.000 quilômetros a leste de sua costa.

Após o lançamento, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou que o Japão "nunca tolerará" o que ele chamou de "perigosa ação provocadora [da Coreia do Norte] que ameaça a paz mundial".

"Não podemos nunca tolerar que a Coreia do Norte pisoteie a decisão forte e unida da comunidade internacional rumo à paz, demonstrada nas resoluções da ONU, e insista neste ato ultrajante", disse Abe à imprensa em Tóquio.

Mais cedo, o governo japonês havia informado a ativação do sistema de emergência J-Alert em várias regiões do norte do arquipélago.

O presidente americano, Donald Trump, recebeu um relatório sobre o último disparo. O secretário-geral da Casa Branca, general do Marines John Kelly, foi quem informou o presidente, disse a porta-voz Sarah Sanders. 

O Pentágono confirmou o lançamento. 

"O Comando de Defesa Aeroespacial norte-americano (Norad, na sigla em inglês) determinou que este míssil balístico não representou uma ameaça para a América do Norte", informou.

"O Comando americano do Pacífico determinou que este míssil balístico não representou uma ameaça para Guam", acrescentou o Pentágono.

O Conselho de Segurança da ONU comunicou que fará uma reunião de urgência na sexta-feira para discutir o lançamento. 

A reunião será realizada às 15H00 de Nova York (16H00 de Brasília), segundo a presidência etíope do Conselho. Um diplomata disse que o debate acontecerá a portas fechadas.

O lançamento de um novo míssil acontece depois que o Conselho de Segurança da ONU impôs nesta semana um novo pacote de sanções à Coreia do Norte pelo desenvolvimento de seu programa nuclear e balístico que incluiu um sexto ensaio nuclear, de uma potência sem precedentes neste país.

Pyongyang havia prometido na quarta-feira acelerar seus programas militares proibidos em resposta às "maléficas" sanções da ONU.

As novas sanções consistiram em um embargo sobre as exportações de gás para a Coreia do Norte, uma limitação às exportações de petróleo e produtos refinados, e a proibição das exportações norte-coreanas de têxtil.

Mas o projeto de embargo petroleiro total promovido pelos Estados Unidos teve que ser abandonado para conseguir que a China, que abastece a Coreia do Norte com petróleo e dispõe de direito de veto no Conselho de Segurança, deu seu aval às sanções.  

A China e o petróleo

O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, declarou nesta quinta-feira que a China deve utilizar suas exportações de petróleo para a Coreia do Norte como meio de pressionar o regime de Pyongyang, a fim de encontrar uma saída diplomática à crise nuclear norte-coreana.

"Está claro que um embargo petroleiro total será muito difícil de conseguir por parte do Conselho de Segurança porque só afetaria a China", reconheceu Tillerson durante uma coletiva de imprensa com seu homólogo britânico Boris Johnson, ao fim de uma visita de 24 horas em Londres. 

"Espero que a China possa decidir sozinha sobre recorrer ao poderoso trunfo do abastecimento de petróleo para convencer a Coreia do Norte de repensar sua disposição ao diálogo e a futuras negociações", acrescentou Tillerson. 

Tillerson também pediu que que China e Rússia tomem "ações diretas" para controlar a Coreia do Norte. "A China fornece à Coreia do Norte a maior parte do seu petróleo. A Rússia é o maior empregador do trabalho forçado da Coreia do Norte", disse. 

"A China e a Rússia devem demonstrar sua intolerância em relação a esses imprudentes lançamentos de mísseis, por meio de ações diretas", completou. 

A União Europeia (UE) adotou nesta quinta-feira novas sanções contra setores estratégicos norte-coreanos.

Em aplicação de sanções vigentes da ONU, o bloco europeu anunciou que impôs "uma proibição total de todas as exportações de carvão, ferro, minério de ferro, produtos pesqueiros, chumbo e minério de chumbo", ou seja, contra "as principais exportações" norte-coreanas.

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou nesta quinta-feira sua intenção de visitar China, Japão e Coreia do Sul em novembro, em sua primeira viagem pela Ásia.

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