Um homem armado com uma faca atacou nesta sexta-feira (15) um militar que patrulhava uma estação de metrô de Paris. Não houve feridos e as autoridades classificaram o ataque de terrorista.
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O agressor se lançou sobre o soldado na central estação de metrô de Chatelet aproximadamente 06H30 (04H30 GMT, 01H30 horário de Brasília), mas foi rapidamente contido.
Segundo os primeiros elementos da investigação, o agressor, um francês de 39 anos, teria feito referência a Alá. O homem, que foi detido, não tinha ficha na polícia.
A procuradoria de Paris abriu uma investigação sobre este incidente de índole terrorista, anunciou o porta-voz do governo Christophe Castaner.
O ataque aconteceu em um momento em que a França continua em alerta máximo depois de uma onda de atentados de janeiro de 2015, quando membros do grupo extremista Estado Islâmico (EI) atacaram a redação da revista satírica Charlie Hebdo, matando 12 pessoas.
Depois desse ataque, o governo francês formou o dispositivo militar especial Sentinela, com aproximadamente 7.000 soldados em todo o país para proteger zonas de alto risco como pontos turísticos e prédios religiosos.
Desde então, esses soldados têm sido alvo de sete ataques em todo o país, o que gerou debate sobre se essas tropas devem permanecer nas ruas.
A ministra da Defesa, Florence Parly, afirmou nesta sexta-feira que o fato de o homem ter sido rapidamente controlado "é a prova do profissionalismo e da eficácia dos soldados da (operação) Sentinela em sua missão de proteção".
"Não sabemos quais eram as intenções do agressor, que foi detido", disse em uma declaração à rádio Europe 1.
Mudanças na operação Sentinela
O ataque dessa sexta-feira acontece no dia seguinte de o governo anunciar que introduzirá mudanças na operação Sentinela a fim de torná-la mais eficiente e adaptá-la à evolução da ameaça terrorista.
A missão se manterá com 7.000 efetivos e 3.000 na reserva em caso de crise, mas seu funcionamento será agora mais "flexível" e menos "previsível" para melhorar sua eficácia, explicou nesta quinta-feira o ministério da Defesa.
Com essa mudança, as autoridades esperam minimizar as críticas sobre a operação cuja eficácia tem sido colocada em dúvida, sem contar que para alguns as tropas são expostas a um risco desnecessário.
A França tem sofrido desde janeiro de 2015 uma onda de atentados extremistas que deixou 239 mortos. Nos últimos meses, os agressores têm-se concentrado no ataque a forças de segurança em lugares emblemáticos de Paris.
O último ataque contra militares da Sentinela foi em 9 de agosto quando um veículo foi jogado em um grupo de militares que patrulhava as redondezas da capital, deixando seis efetivos feridos.
Em 3 de fevereiro, um egípcio de 29 anos armado com dois machados atacou quatro militares que patrulhavam uma galeria comercial do museu do Louvre.
Em 18 de março, um homem de 39 anos com um revólver atacou uma patrulha de militares. "Entreguem suas armas, estou aqui para morrer em nome de Alá", gritou o agressor antes de ser abatido.
A Europa enfrenta há vários meses uma onda de atentados terroristas.
Pelo menos 29 pessoas ficaram feridas em um atentado nesta sexta-feira no metrô de Londres em plena hora do rush, no quinto ato "terrorista" em seis meses no Reino Unido.
O ataque foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico.
Na França, duas mulheres ficaram feridas sem gravidade também nesta sexta-feira depois de serem atacadas por um homem armado com uma faca em uma rua em Chalon-sur-Saône (leste).
Segundo testemunhas, o agressor "vestido de preto tinha gritado Alá Akbar". As autoridades privilegiam a pista psiquiátrica nas investigações.