Medo e insegurança. Esses foram os sentimentos da alagoana Mayra Luana, de 20 anos, durante o terremoto de 7,1 graus que atingiu o México nesta terça-feira (19). Há quase dois meses morando na cidade de Puebla de Zaragoza, uma das mais afetadas pelo tremor, a estudante de odontologia contou sobre o desespero no momento em que ocorreu o fenômeno que matou centenas de pessoas no país.
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"Eu estava na sala de aula quando notei as bancas se movimentarem. Nós ficamos assustados, então a professora pediu para que todos os saíssem da sala. Tinha uma brasileira ao meu lado, então falei para ela pegar todas as coisas e sair correndo. Em casos assim, existe a recomendação para que todos corram para o meio da rua. Quando cheguei lá, já tinha muita gente do lado de fora. A gente ficou desesperada, olhando de um lado para o outro", afirmou a brasileira.
Luana já estava no México quando um outro terremoto atingiu o país em agosto. No entanto, ela contou que sentiu o fenômeno desta terça-feira com mais força. "A gente passou por um terremoto terrível, em agosto, que não foi tão forte como esse. Em magnitude sim, mas esse nós sentimos com mais força o tremor. O que eu senti foi uma sensação indescritível, horrível. Treme tudo. Você acha que tudo vai cair na sua cabeça. O México estava se preparando para fazer uma simulação, ensinando todas as pessoas a correrem e evacuarem dos lugares quando tivesse um terremoto. Mas não teve simulação, teve outro terremoto. ", contou.
Possibilidade de novos tremores no México
Mesmo com a passagem do tremor, a insegurança segue no México. O governo emitiu alertas com a possibilidade novos tremores. "Eles já colocaram um alerta de que outros tremores podem acontecer, mas é meio imprevisível. Não é algo que começa e vai piorando. É algo que já acontece na hora. A gente vive a todo instante com medo. Eles avisaram agora que vamos passar a noite sem energia, então pediram pra deixar as chaves perto da porta e deixar os documentos a um lugar de fácil acesso pra conseguir fugir rapidamente caso um outro tremor ocorra. Eu já deixei separada uma bolsa com minha documentação, passaporte, dinheiro, remédios e água. Pronta pra correr, porque pode acontecer a qualquer momento", afirmou Luana. "É uma coisa imprevisível. Estou com muito medo, acho que devo voltar logo no Brasil, espero que as coisas se normalizem logo. Minha família está muito amedrontada, meu pai liga a toda hora e quer que eu volte".
Além da possibilidade de novos terremotos, outra coisa que assustou a brasileira é a violência, mesmo num momento de ampla apreensão. "Com tudo isso acontecendo, tem gente fazendo assaltos quando alguém sai de casa, se aproveitando dessas coisas para roubar. Eu tô com muito medo, mas nem de casa a gente pode sair pra poder ajudar outras pessoas que estão desabrigadas ou precisando de algum tipo de apoio. Está muito perigoso na rua, uma sensação horrível".