A Venezuela denunciou nesta terça-feira (19) como uma ameaça contra sua soberania a reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e um grupo de líderes latino-americanos em Nova York.
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"O governo venezuelano denuncia ante os povos do mundo as novas ameaças contra a soberania, a paz e a estabilidade de nossa país" no jantar oferecido por Trump na segunda-feira, indicou em um comunicado, que não faz referências às declarações do presidente americano nesta terça-feira na Assembleia Geral da ONU.
Na tribuna das Nações Unidas, Trump afirmou que a "ditadura socialista na Venezuela é inaceitável", indicou que o objetivo é ajudar os venezuelanos "a recuperar a liberdade, recuperar o país, restaurar a democracia".
Ao inaugurar a Assembleia Geral, o presidente Michel Temer também mencionou que o Brasil está junto ao povo da Venezuela.
"A situação dos direitos humanos na Venezuela continua a deteriorar-se", afirmou Temer, o primeiro presidente a se pronunciar, como é tradição no maior encontro diplomático do planeta.
"Estamos ao lado do povo venezuelano, a que nos ligam vínculos fraternais. Na América do Sul, já não há mais espaço para alternativas à democracia. É o que afirmamos no Mercosul, é o que seguiremos defendendo", afirmou o chefe de Estado brasileiro.
O chanceler venezuelano Jorge Arreaza, que representa seu país na Assembleia Geral, por sua vez,rejeitou "as ameaças do presidente Trump e de qualquer um". Ele denunciou "uma teoria racista e supremacista" que o fez recordar o ex-presidente americano Ronald Reagan em 1982.
No jantar de segunda-feira participaram os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, do Brasil, Michel Temer, do Panamá, Juan Carlos Varela, e a vice-presidente da Argentina, Gabriela Michetti.
Segundo o governo de Nicolás Maduro, esses dirigentes "foram convocados a aumentar a campanha de agressão contra a Venezuela".
"Trump tem uma obsessão fatal com a Venezuela, produto de suas ideias supremacistas brancas, mas contamos com os povos do mundo", acrescenta o texto.
Caracas também afirmou estar preparada para "seguir derrotando, nos planos político e diplomático, e em qualquer outro necessário, as agressões nefastas da Casa Branca".
O presidente americano garantiu que a Venezuela "está entrando em colapso" e seu povo está "morrendo de fome" pelas políticas do "governo desastroso" de Maduro.
Washington já impôs sanções à Venezuela e, em 11 de agosto, advertiu que os Estados Unidos contemplavam uma série de ações, "incluindo uma possível opção militar, se necessário".
Por outro lado, o Peru convocou uma segunda reunião de chanceleres do Grupo de Lima, composto por doze países das Américas Latina, para esta quarta-feira, quando avaliarão a situação na Venezuela, aproveitando sua presença em Nova York para a Assembleia Geral da ONU.
A segunda reunião de chanceleres será conduzida pelo ministro das Relações Exteriores do México, Luis Videgaray Caso.
Para o encontro foram convidados os doze países que assinaram a Declaração de Lima: Brasil, México, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguay e Peru.
A primeira reunião foi realizada em agosto, em Lima, por iniciativa da chancelaria peruana. Na ocasião, os diplomatas condenaram a ruptura da ordem democrática na Venezuela e desconheceram a Assembleia Constituinte convocada através de referendo pelo presidente Maduro.