TENSÃO

Kim adverte que Trump 'pagará caro' por ameaças à Coreia do Norte

Líder norte-coreano acusou presidente dos EUA de 'transtorno mental'

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Publicado em 22/09/2017 às 2:24
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Líder norte-coreano acusou presidente dos EUA de 'transtorno mental' - FOTO: Foto: STR / KCNA VIA KNS / AFP
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O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, disse nesta sexta-feira que o presidente americano, Donald Trump, tem um "transtorno mental", e advertiu que "pagará caro" pelas ameaças feitas contra seu país na ONU.

"Vou fazer com que o homem que tem as prerrogativas do comando supremo dos Estados Unidos pague caro por seu discurso no qual pediu a destruição total da DPRK (Coreia do Norte)", prometeu Kim, citado pela agência oficial de notícias KCNA. 

Em seu primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, Trump disse que se os Estados Unidos "forem forçados a se defender ou a seus aliados, não haverá outro remédio que destruir totalmente a Coreia do Norte". 

Kim, chamado por Trump de "homem foguete", também criticou o "comportamento mentalmente transtornado do presidente americano, expressando abertamente no terreno da ONU a vontade antiética de "destruir totalmente" um estado soberano. 

Washington adotou nesta quinta-feira novas sanções econômicas contra a Coreia do Norte, que se somam a um arsenal de medidas unilaterais já dirigidas contra o programa militar de Pyongyang.

Trump assinou um decreto, à margem da Assembleia Geral da ONU, que abre o caminho para mais sanções contra "as pessoas e as empresas que financiam e facilitam o comércio com a Coreia do Norte".

Também informou que o Banco Central da China ordenou a suas filiais que limitem o comércio com a Coreia do Norte, uma decisão que descreveu como "audaz" e "inesperada".

A medida não foi confirmada imediatamente por Pequim, mas pode ser uma fonte vital para estrangular o regime de Pyongyang.

Além disso, os 28 estados-membros da União Europeia (UE) deram sua aprovação à adoção de sanções extras contra Pyongyang em resposta a seus testes nucleares, segundo várias fontes diplomáticas.

Estas sanções serão acrescidas às adotadas pela ONU na semana passada e supõem uma proibição total para as empresas europeias de exportação petroleira ou investimentos na Coreia do Norte.

O presidente americano se reuniu com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e com o líder sul-coreano, Moon Jae-In, para avaliar as opções de que dispõem.

"Não desejamos o colapso da Coreia do Norte", afirmou Moon. "A questão nuclear norte-coreana deve ser administrada de forma estável para que as tensões não se intensifiquem ou que confrontos militares acidentais destruam a paz".

Em seu discurso na quarta-feira (20), Abe apoiou a posição dos Estados Unidos de que "todas as opções estão sobre a mesa" para dissuadir Kim.

Já o ministro japonês das Relações Exteriores, Taro Kono, convocou nesta quinta-feira os países membros da ONU a "cortar relações diplomáticas e econômicas com a Coreia do Norte", avaliando que Pyongyang perderia 90% de sua renda com exportações se todos adotassem as resoluções do Conselho de Segurança.

Nunca antes a ameaça norte-corana pesou tanto no encontro anual de líderes mundiais, divididos sobre a melhor maneira de enfrentar o isolado regime de Kim Jong-un, apesar de, em agosto e setembro, terem conseguido adotar por unanimidade novas sanções contra a Coreia do Norte.

O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, e seu colega russo, Sergei Lavrov, fizeram um apelo ao diálogo e alertaram que uma opção militar seria catastrófica.

Lavrov declarou que "não há outra alternativa que negociações políticas e diplomáticas para resolver a situação nuclear" na Península Coreana. 

Ameaça militares como tática

No Conselho de Segurança, que se reuniu nesta quinta-feira, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, defendeu a implementação completa das sanções internacionais adotadas contra Pyongyang.

Uma oitava bateria de sanções foi aprovada em 12 de setembro, proibindo as exportações de têxteis e reduzindo o fornecimento de petróleo para a Coreia do Norte.

Washington e seus aliados esperam que essas sanções obriguem Pyongyang a negociar o fim de seus programa militares, mas seu impacto dependerá da China, aliado da Coreia do Norte e principal sócio econômico desse país.Ao inaugurar a Assembleia Geral, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou que "a retórica agressiva pode conduzir a mal-entendidos fatais e iniciar uma guerra nuclear".

No sábado (23), Guterres deve se reunir com o chanceler norte-coreano, Ri Yong-Ho, à margem da Assembleia, em busca da adesão ao diálogo.

O ministro Ri, que falará ao plenário nesta sexta, chamou as ameaças de Trump de "latido de cachorro" e disse que não terão qualquer impacto.

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