Estado Islâmico

Em uma prisão belga, grupo Estado Islâmico recruta por correio

Um detento de uma prisão na Bélgica encontrou uma carta, colocada em sua cela por baixo da porta, onde era convocado a entrar para o EI em troca de um "pedaço de terra"

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Publicado em 27/09/2017 às 18:15
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Um detento de uma prisão na Bélgica encontrou uma carta, colocada em sua cela por baixo da porta, onde era convocado a entrar para o EI em troca de um "pedaço de terra" - FOTO: Foto: AFP
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A justiça belga abriu uma investigação sobre um caso inédito de recrutamento para o grupo Estado Islâmico pelo envio de uma carta a um detido em uma prisão em Bruxelas, indicou nesta quarta-feira (27) a administração penitenciária e a procuradoria federal belga. 

"Não temos registros de precedentes", declarou à AFP Kathleen Van de Vijver, porta-voz da administração penitenciária belga. 

Um detido da prisão situada na comunidade de Saint-Gilles descobriu no início de setembro uma carta, colocada em sua cela por baixo da porta.

A carta, com a proposta de entrar para o EI em troca de um "pedaço de terra", estava "acompanhada de um guia sobre como entrar na Síria", informou a agência Belga. 

O grupo "o convidava a se unir às zonas de combate para 'encontrar um sentido em sua vida'", acrescentou o jornal local La Capitale, que revelou essa informação. 

O envelope continha "a fotografia de um combatente armado e tinha como proposta colocá-lo em contato com um membro ativo da região de Bruxelas", ressaltou o jornal. 

Investigação

A justiça abriu uma investigação para tentar identificar os possíveis remetentes da carta enviada ao destinatário que, segundo De Vijver, possui antecedentes relacionados a práticas terroristas.

Sua prisão está vinculado a "assuntos relacionados a drogas e roubos", esclareceu a agência Belga. 

Junto à França, a Bélgica é um dos países europeus mais afetados pela radicalização islâmica e pela ida de combatentes extremistas à Síria e ao Iraque. 

Nos últimos anos, 412 belgas viajaram a esta zona de conflito e apenas 30% voltaram à Bélgica, segundo os últimos números oficiais. Dos 288 combatentes belgas que permanecem no território, estima-se que cerca de 126 possam ter perdido a vida. 

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