O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou um atentado suicida que fez seis mortos e mais de 30 feridos perto de uma mesquita xiita no centro de Cabul.
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O ataque aconteceu depois da oração, na véspera da celebração da Ashura, anunciou o chefe de polícia da capital afegã.
"Um homem-bomba a pé, que parecia que fazia o seu cordeiro pastar, explodiu sua carga diante da mesquita xiita de Husania", no bairro residencial de Qala-e-Fatullah, afirmou o general Salim Almas à AFP, indicando o balanço de "seis mortos e 16 feridos, todos civis".
De acordo com o ministério do Interior, o atentado poderia ter sido mais grave, já que três suspeitos foram detidos e o suicida, ao ser percebido, precisou acionar seus explosivos antes do momento previsto.
A ONG italiana Emergency, cujo hospital em Cabul é especializado em cirurgia de guerra, ressaltou por sua vez no Twitter que recebeu "33 feridos, entre eles seis crianças".
As primeiras imagens do atentado mostravam corpos diante do local, a rua repleta de estilhaços e várias pessoas deixando a mesquita após a grande oração de sexta-feira.
A minoria xiita do Afeganistão e as autoridades temiam atentados do grupo Estado Islâmico (EI), composto por extremistas sunitas, durante o período da Ashura, a celebração mais importante do calendário xiita.
Por este motivo, a segurança foi reforçada diante dos locais de oração xiitas em Cabul e moradores da região foram contratados e treinados para dar apoio às forças de segurança.
Desde o verão de 2016, o EI ataca de forma sistemática os xiitas do Afeganistão durante as grandes festas religiosas.
A Ashura recorda a morte do imã Hussein, neto do profeta Maomé assassinado no século VII, episódio fundador do xiismo.
"O suicida tentou passar pela barreira instalada por civis a 200 metros da mesquita Hussainia, mas foi descoberto e por isso se explodiu", relatou Ali Sija, um comerciante local.
O ator afegão Salim Shaheen estava dentro da mesquita no momento do ataque. "Estávamos rezando quando ouvimos um grande estrondo: paramos de orar e corremos para o exterior. Vi vários corpos e levamos umas 15 pessoas ao hospital", relatou à AFP.
Todas as vítimas "são civis e habitantes do bairro", indicou o chefe-adjunto da polícia de Cabul, Sadeq Muradi.
Horas depois do ataque, o EI reivindicou a ação em um comunicado, segundo o centro americano de monitoramento de sites extremistas islâmicos SITE.
Os talibãs já haviam indicado que não estavam envolvidos. "Este ataque em Cabul não tem nada a ver com a gente, não estamos envolvidos", assegurou à AFP seu porta-voz, Zabihullah Mujahid.