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Cuba diz que é precipitada decisão dos EUA de reduzir pessoal de embaixada

De acordo com a diplomata cubana Josefina Vidal, decisões tomadas pelos Estados Unidos vão prejudicar a relação bilateral entre os dois países

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Publicado em 29/09/2017 às 19:53
AFP
De acordo com a diplomata cubana Josefina Vidal, decisões tomadas pelos Estados Unidos vão prejudicar a relação bilateral entre os dois países - FOTO: AFP
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O governo de Cuba classificou nesta sexta-feira (29) como "precipitada" a decisão dos Estados Unidos de retirar mais da metade de seus diplomatas de Havana e limitar a emissão de vistos a americanos para a ilha como consequência de supostos ataques acústicos sofridos por funcionários americanos em Havana. A informação é da EFE.

A diretora para os Estados Unidos do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Josefina Vidal, afirmou hoje que a decisão vai afetar a relação bilateral, mas ressaltou a vontade do governo de Raúl Castro de continuar com a "cooperação ativa" entre os dois países.

"Para o esclarecimento total dos fatos será essencial ter e contar com a participação e o envolvimento efetivo das autoridades americanas", indicou Vidal, na primeira reação do governo de Cuba à decisão anunciada hoje pelo Departamento de Estado dos EUA de reduzir pessoal da sua embaixada em Havana.

O governo americano também desaconselhou hoje os americanos a viajar a Cuba, já que se acredita que alguns desses ataques ocorreram em hotéis da ilha. Também foi suspensa a emissão de vistos cubanos na embaixada americana em Cuba.

Prejuízo

Segundo a diplomata cubana, as decisões americanas vão prejudicar a relação bilateral, em especial a "cooperação sobre temas de interesse mútuo e as trocas de diversa natureza que ocorrem entre Cuba e os EUA".

Ela lembrou que, na última terça-feira, se reuniram em Washington, pela primeira vez, o chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez, e o secretário de Estado, Rex Tillerson, em um encontro no qual foram abordados os "ataques acústicos" que afetaram a saúde de pelo menos 21 diplomatas americanos que estavam em missão em Havana.

"Nosso ministro o advertiu sobre não tomar decisões apressadas que não se sustentem em evidências nem em resultados de investigações conclusivas", citou Vidal sobre a reunião. No encontro, Cuba pediu aos Estados Unidos para "não politizar" o assunto e solicitou "cooperação ativa" para esclarecer o incidente.

Proteção de diplomatas

"O governo cubano não tem responsabilidade alguma com os fatos que são alegados e cumpre séria e rigorosamente as suas obrigações com a Convenção de Viena no que diz respeito à proteção de diplomatas", reafirmou Josefina.

Os EUA não responsabilizam diretamente o governo de Cuba, pelo menos por enquanto, pelos danos causados à saúde dos diplomatas americanos que estavam em Havana. No entanto, o caso, que era definido até então como "incidente”, agora passou a ser chamado de "ataque específico".

Os governos dos dois países seguem investigando o caso. Os EUA não descartam a possibilidade de um "terceiro país" ser o responsável pelos supostos ataques sônicos contra os diplomatas.

Cuba e EUA, ainda no governo do democrata Barrack Obama, anunciaram em dezembro de 2014 o restabelecimento das relações diplomáticas após mais de 50 anos de inimizade e selaram a decisão com a reabertura mútua de embaixadas em julho de 2015.

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