Werner Mauss, um ex-agente secreto de 77 anos apelidado de "James Bond alemão" pela imprensa local, foi condenado nesta quinta-feira (5) a dois anos de prisão com sursis por uma "milionária" fraude fiscal.
Também terá de doar 200 mil euros para uma instituição de caridade.
O tribunal de Bochum (oeste) considerou o réu culpado de sonegar "milhões de euros" ao Fisco alemão entre 2002 e 2011. A quantia não foi especificada.
A pena é inferior à pedida pela Procuradoria, que queria seis anos e três meses de prisão por ocultar grandes valores em contas offshore em nome de laranjas, em especial nas Bahamas. Julgado desde setembro de 2016, Mauss rejeitou as acusações.
A corte alegou ter optado por uma sentença relativamente "clemente", em reconhecimento à sua "impressionante" carreira profissional.
Werner Mauss, que começou como um detetive particular, fez várias missões para o governo alemão ligadas à libertação de reféns.
Entre outras proezas, teria ajudado a deter em 1976 na Grécia Rolf Pohle, um membro do grupo de extrema-esquerda Fração do Exército Vermelho (RAF).
Muito ativo na Colômbia, o "James Bond" alemão negociou em nome de empresas de seu país para obter a libertação de empregados sequestrados por guerrilheiros.
O nome de Mauss também apareceu no escândalo dos chamados "Panama Papers", mas o ex-agente negou qualquer fraude fiscal.