Suspeita de abuso

Suspeito de abuso sexual, cardeal George Pell comparece a tribunal

Pell recebeu uma licença do Papa, que deixou claro que o cardeal não seria forçado a se demitir do cargo de chefe da economia do Vaticano

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Publicado em 05/10/2017 às 20:33
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Pell recebeu uma licença do Papa, que deixou claro que o cardeal não seria forçado a se demitir do cargo de chefe da economia do Vaticano - FOTO: Foto: Reprodução
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O chefe das finanças do Vaticano, o cardeal George Pell, principal assessor do papa Francisco, compareceu nesta sexta-feira à segunda audiência sobre acusações de abuso sexual, que ele nega. 

Aos 76 anos, o mais alto oficial católico a enfrentar esse tipo de acusação, compareceu ao Tribunal de Magistrados de Melbourne para a audiência administrativa, embora ele não fosse obrigado a se apresentar.

Ele é acusado de múltiplos crimes sexuais, que teriam ocorrido há muito tempo.

Os detalhes exatos e a natureza das acusações não foram tornados públicos, além do envolvimento de "numerosos denunciantes".

O ex-arcebispo de Sydney e Melbourne, que retornou de Roma em julho para participar da primeira audiência, sempre afirmou sua inocência.

Em sua última apresentação ao mesmo tribunal, Pell instruiu seu advogado a deixar claro que ele pretende se declarar inocente.

"Para evitar dúvidas e por causa do interesse, posso apontar que o Cardeal Pell não se responsabiliza por todas as acusações e manterá a presumida inocência que ele tem", afirmou o advogado Robert Richter na época.

A rápida audiência de sexta-feira, foi convocada por questões processuais. No mês de março, Pell comparecerá novamente à justiça, que deve decidir se há provas suficientes para que ele seja julgado por acusações de abuso sexual.

Até 50 testemunhas poderão ser convocadas para testemunhar. 

Em sua primeira aparição ao tribunal, Pell teve que enfrentar uma multidão de jornalistas da mídia nacional e internacional enquanto caminhava pela curta distância entre o escritório de seu advogado e a entrada principal da corte.

Visivelmente cansado, o católico mais poderoso da Austrália fez a mesma caminhada na sexta-feira, mas com uma presença policial muito mais pesada, sem fazer quaisquer comentários.

Pell recebeu uma licença do Papa, que deixou claro que o cardeal não seria forçado a se demitir do cargo de chefe da economia do Vaticano.

Mas o escândalo balançou a Igreja. Ele é o clérigo católico mais antigo a ser acusado de delitos relacionados a abuso sexual.

Acusações

As acusações contra Pell coincidem com os estágios finais da Comissão Real da Austrália em Respostas Institucionais ao Abuso Sexual Infantil, ordenados em 2012 após uma década de pressão para investigar acusações generalizadas de pedofilia institucional.

A comissão falou com milhares de sobreviventes e ouviu reivindicações de abuso infantil envolvendo igrejas, orfanatos, clubes esportivos, grupos de jovens e escolas.

Pell prestou esclarecimentos à comissão três vezes, uma vez pessoalmente e duas vezes de forma virtual, de Roma.

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