Os governos do Iraque, Irã e Turquia se reuniram nesta quinta-feira para discutir a possibilidade de bloqueio ao escoamento do petróleo curdo, como represália à execução do plebiscito de independência da região, realizado no último dia 25.
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"Se alguém deve decidir fechar os poços de petróleo da região, esse alguém somos nós. A Turquia, o Irã e o governo central do Iraque farão isso juntos", disse o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, depois de uma visita a Teerã.
O Curdistão, economicamente dependente das vendas do petróleo, atualmente escoa sua produção para os mercados internacionais através do porto na cidade turca de Ceyhan. Um dia antes do plebiscito, Erdogan emitiu uma declaração pedindo que os países vizinhos e a comunidade internacional boicotassem o petróleo curdo, negociando somente com Bagdá. "A liderança curda está embriagada com o resultado da votação. Eles não fazem ideia do que estão fazendo ou que passos estão tomando", acrescentou o presidente turco.
A coalizão dos três países é apenas mais uma das sanções impostas à população curda, historicamente oprimida na região. Bagdá já havia bloqueado o espaço aéreo curdo e o Irã e a Turquia realizaram exercícios militares próximo às suas fronteiras com o Curdistão. "O plebiscito de secessão curdo é um ato de traição a toda a região e uma ameaça ao seu futuro", disse o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
O governo da Rússia mostrou-se simpático à independência da região, já que a petroleira russa Rosneft - uma das maiores do ramo no mundo - assinou um contrato de US$ 1 bilhão com o governo regional curdo (KRG, na sigla em inglês) uma semana antes da realização do plebiscito. Israel já reconheceu o resultado, recebendo críticas do presidente turco: "Um plebiscito conduzido sentando lado a lado com o Mossad não tem legitimidade", disse Erdogan.
O Curdistão produz mais de 600 mil barris de petróleo diariamente, representando cerca de 15% da produção iraquiana. O pedido de independência foi acatado pela imensa maioria da população local, ganhando com 92,73% dos votos contra a permanência sob o regime central iraquiano.