Ebola

Duas vacinas experimentais contra Ebola se mostram promissoras

As duas vacinas se mostraram promissoras para proteger contra a febre hemorrágica durante pelo menos um ano

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Publicado em 11/10/2017 às 21:55
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Duas vacinas experimentais contra o vírus Ebola se mostraram promissoras para proteger contra a febre hemorrágica durante pelo menos um ano, revela um grande ensaio clínico publicado nesta quarta-feira. 

O estudo publicado na revista médica New England Journal of Medicine é o primeiro relatório completo de um esforço em larga escala para testar o que poderia ser a primeira vacina contra o Ebola. 

O surto desse vírus altamente contagioso causou a morte de mais de 11.000 pessoas, principalmente na Libéria, Guiné e Serra Leoa, enquanto se propagava pelo Oeste da África do final de 2013 até 2016. 

O estudo de fase II envolveu 1.500 pessoas em Monróvia, na Libéria. Os participantes foram aleatoriamente designados para receber uma das duas vacinas que estão sendo testadas ou um placebo. 

O teste envolveu a favorita rVSV-ZEBOV, inicialmente desenvolvida por cientistas do governo canadense e agora licenciada para a Merck, a Sharp e a Dohme Corporation, e a cAd3-EBOZ, criada pelo Centro de Pesquisa de Vacinas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas americano (NIAID) e pela GlaxoSmithKline. 

Após um mês, 84% dos que receberam a rVSV-ZEBOV desenvolveram uma resposta de anticorpos. Um ano depois, 80% ainda tinham essa proteção. 

Quanto a outra candidata, cAd3-EBOZ, 71% desenvolveram uma resposta de anticorpos e 64% mantinham essa resposta um ano depois, quando o ensaio foi concluído.

"Este ensaio clínico produziu informações valiosas que são essenciais para o desenvolvimento contínuo desses dois candidatos à vacina do Ebola e também demonstra que é possível conduzir uma pesquisa clínica bem projetada e eticamente válida durante uma epidemia", disse Anthony Fauci, diretor do NIAID. 

"Uma vacina segura e efetiva seria um complemento importante às medidas clássicas de saúde pública para controlar os inevitáveis futuros surtos de Ebola". 

Efeitos colaterais

Algumas pessoas que receberam as vacinas experimentaram "efeitos colaterais leves a moderados que foram resolvidos, como dor de cabeça, dor muscular, febre e fadiga", destaca o estudo. 

"No geral, os investigadores não identificaram nenhuma grande preocupação de segurança relacionada às vacinas", acrescentou. 

O ensaio foi conduzido como parte de uma colaboração de pesquisa clínica entre os Estados Unidos e a Libéria conhecida como Parceria para Pesquisa sobre o Vírus Ebola na Libéria (PREVAIL). 

Este primeiro estudo, chamado PREVAIL 1, foi lançado em fevereiro de 2015 e originalmente projetado para admitir 28.000 voluntários, mas teve que ser reduzido para um ensaio de fase II menor à medida que o surto diminuiu. 

Um total de 15 candidatas a vacinas estão sendo desenvolvidos em todo o mundo para prevenir o Ebola. Os especialistas dizem que as primeiras vacinas poderiam ser aprovadas para uso até 2018, sob um processo regulatório acelerado.

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