O chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, acusou nesta segunda-feira (16) "incendiários" de estarem por trás da maior parte dos inúmeros incêndios florestais ocorridos no noroeste da Espanha, deixando até o momento três pessoas mortas.
"O que estamos vivendo aqui é algo que não acontece por acaso, isso foi provocado", declarou Rajoy a jornalistas após fazer um minuto de silêncio em homenagens às três vítimas fatais em Pazos de Borben, na Galícia, região onde o chefe de governo nasceu.
Rajoy, que falou de "inúmeros incêndios na Galícia nas últimas 48 horas", disse que um grande fogo começou perto deste povoado com cinco diferentes focos ao mesmo tempo durante a madrugada de domingo.
Em certo momento de domingo, mais de 125 incêndios se propagavam pela Galícia, quando em agosto -com temperaturas mais altas- o recorde foi de 50 ao mesmo tempo, afirmou Rajoy.
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Vítimas
Duas mulheres faleceram no domingo (15) quando ficaram presas pelas chamas dentro de seu carro na localidade de Nigrán, perto de Vigo, maior cidade da Galícia. E um idoso morreu em um alpendre do lado de fora de sua casa em Carballeda de Avia.
Cinco pessoas receberam atendimento médico por queimaduras e outras 14 por problemas respiratórios, no hospital Povisa de Vigo, segundo indicou o centro de saúde no Twitter.
Cinco focos de incêndio eram vistos perto de Vigo no domingo, forçando a evacuação de um shopping e de uma fábrica da PSA Peugeot situada nos arredores. Apesar disto, os funcionários puderam retornar nesta segunda. Centenas de bombeiros junto com meios aéreos combatiam 19 incêndios na Galícia, de acordo com o governo regional.
O presidente da região, Alberto Nuñez Feijóo, afirmou que a Galícia "está farta" do "terrorismo incendiário". "A Galícia não arde sozinha. A Galícia é queimada", assinalou.
Feijóo qualificou a situação como grave, apesar de uma chuva fina ajudar nos trabalhos contra as chamas, após no final de semana as condições terem sido favoráveis ao fogo, atiçado por fortes ventos originados pelo furacão Ophelia.
O ministro do Interior, Juan Ignacio Zoido, indicou em um tuíte que "já foram identificadas diversas pessoas relacionadas com os incêndios na Galícia".
Do outro lado da fronteira, em Portugal, pelo menos 31 pessoas morreram em incêndios florestais.