Um total de 691 empresas retiraram sua sede social da Catalunha em outubro, mais que nos nove meses anteriores, em plena instabilidade por causa dos planos separatistas do governo regional, informou nesta terça-feira (17) o registro público de empresas da Espanha.
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"Nos nove primeiros meses de 2017, houve menos saídas que nos últimos dez dias", disse à AFP uma porta-voz do organismo, que reúne todos os registros de propriedade e comércios da Espanha.
No mesmo mês, 38 empresas instalaram sua sede social na Catalunha, por isso o saldo líquido é -653.
Entre as empresas que se foram, estão seis das sete companhias catalãs listadas no principal índice da Bolsa de Madri, o Ibex 35, como CaixaBank, o terceiro maior banco da Espanha, ou Banco Sabadell, o quinto.
Na segunda-feira, a emblemática marca de cava - um vinho espumante catalão - Codorníu anunciou sua mudança para La Rioja, após 500 anos e 18 gerações na Catalunha.
Nesta terça, segundo a imprensa espanhola, também foi embora a administração da loteria mais popular da Espanha, a La Bruja de Oro, que consolidou sua popularidade ao se instalar no povoado catalão de Sort (sorte, na tradução).
Instabilidade
A Catalunha atravessa um período de forte instabilidade desde 1 de outubro, quando um referendo de independência inconstitucional foi reprimido com violência pela polícia em vários centros eleitorais. O sim ganhou com mais de 90% dos votos, segundo os separatistas.
Na semana seguinte, o presidente catalão Carles Puigdemont estimou dispor de um mandato para declarar a independência e, ato contínuo, propôs suspendê-la, o que o governo espanhol de Mariano Rajoy respondeu dando o primeiro passo de um processo legal que poderia acabar com a suspensão da autonomia catalã.