O papa Francisco convidou especialistas de todo o mundo ao Vaticano nos dias 10 e 11 de novembro para impulsionar o desarmamento nuclear, em um momento de forte tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, informou na segunda-feira (30) a Santa Sé.
"O papa trabalha com determinação para promover as condições necessárias que nos permitam viver em um mundo sem armas nucleares", anunciou o porta-voz do Vaticano,Greg Bruke.
Vários prêmios Nobel da Paz, entre eles o egípcio Mohamed El Baradei e o bengalês Muhammad Yunus, participarão nos dias 10 e 11 de novembro da conferência organizada pelo Vaticano, que também contará com a presença da vice-secretária da Otan, a americana Rose Gottemoeller e representantes da ONU.
Segundo o arcebispo Silvano Tomasi, delegado do papa para os assuntos relacionados ao desarmamento nuclear, a reunião começou a ser organizada antes da crise desencadeada pela Coreia do Norte e os Estados Unidos.
"Porém é óbvio que hoje em dia enfrentamos o risco real de que uma arma atômica seja usada", reconheceu o arcebispo.
"As pessoas que se encontram com os botões de autorização (para lançamentos nucleares) necessitam de equilíbrio mental", acrescentou ao jornal italiano La Repubblica.
Intitulado "Perspectivas para um mundo livre de armas nucleares e para o desenvolvimento integral", o encontro se transformou em uma importante ocasião para pedir aos líderes políticos para frear a corrida armamentista.
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Diálogo
Francisco, grande defensor da paz, considera que somente o diálogo e a negociação possam ser a resposta mais adequada a todo conflito, o que afirmou em abril desse ano ao ser interrogado a respeito das tensões entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte quanto ao uso da bomba atômica.
"Há muitos mediadores. A Noruega, por exemplo, sempre está pronta para ajudar", comentou o pontífice.
A península da Coreia está em forte tensão desde que o regime de Pyongyang realizou o seu sexto teste nuclear, seguido de vários testes de mísseis balísticos teoricamente capazes de alcançar o território americano.
O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, e o presidente americano, Donald Trump, frequentemente trocam ameaças verbais sobre assuntos bélicos, além de insultos pessoais.
No início de outubro, o mandatário americano fez uma enigmática declaração, ao argumentar que "apenas uma coisa funcionaria" com a Coreia do Norte, o que retomou as especulações sobre as possibilidades de um conflito armado.