Dois policiais tunisianos foram esfaqueados "por um salafista" nesta quarta-feira (1º), diante do Parlamento da Tunísia, e um deles ficou gravemente ferido - anunciou o Ministério do Interior à AFP.
"Um salafista atacou dois policiais com uma faca. Um deles foi atingido no rosto, o outro, no pescoço, e (este último) se encontra na UTI", disse o porta-voz do Ministério, Yasser Mesbah, acrescentando que o agressor foi detido.
"Ele confessou, segundo informações preliminares, ter adotado o pensamento takfirista [extremista] há três anos e que considera os membros das forças da ordem como 'tawaghit', em seus próprios termos. Matá-los, ele acredita, é uma forma de jihad", declarou o Ministério, em um comunicado.
"Tawaghit" é o plural de "taghout", termo que significa "tirano" em árabe e é usado pelo movimento extremista para qualificar policiais e militares.
O ataque aconteceu por volta das "8h, 8h05" (5h, 5h05, horário de Brasília), e seu autor "foi rapidamente detido", relatou o porta-voz das forças de Segurança Nacional, Walid Hkima, em entrevista à emissora de televisão pública Wataniya 1.
Ataques
Desde a revolução que derrubou a ditadura em 2011, a Tunísia enfrenta uma onda de ataques extremistas que deixaram dezenas de mortos - policiais, militares e turistas estrangeiros em sua maioria.
As autoridades dizem ter "dado passos muito importantes na guerra contra o terrorismo", mas pedem que a população se mantenha atenta. O governo anuncia com frequência o desmantelamento de células "jihadistas".
O país se encontra sob estado de emergência desde 24 de novembro de 2015, quando 12 agentes da guarda presidencial foram mortos em Túnis, em um atentado extremista reivindicado pelo Estado Islâmico (EI).