O Exército russo, que intervém na Síria em apoio às forças do governo, declarou nesta sexta-feira (3) que os Estados Unidos impedem que os refugiados sírios recebam ajuda humanitária, considerando que isso pode ser considerado "crime de guerra".
Leia Também
- Conheça as principais derrotas do Estado Islâmico na Síria e no Iraque
- Síria anuncia expulsão do Estado Islâmico de cidade rica em petróleo
- Novas conversações de paz sobre a Síria começam em Astana
- Moscou denuncia relatório sobre uso de gás sarin na Síria
- ONU aponta governo da Síria como responsável por ataque com gás sarin
- ONU: nova rodada de negociações sobre a Síria a partir de novembro
De acordo com o Centro Russo para a Reconciliação das Partes em Conflito, a situação humanitária é muito difícil na região de At Tanf, na fronteira entre a Jordânia e a Síria, onde está instalada uma guarnição da coalizão internacional liderada por Washington.
"O mais urgente é a situação humanitária na região de At Tanf, devido aos Estados Unidos, que implantaram ilegalmente uma base militar e proíbem uma aproximação a menos de 55 quilômetros, privando dezenas de milhares de refugiados da possibilidade de receber ajuda humanitária", disse em um comunicado.
"As ações do Exército americano e da chamada 'coalizão internacional' são uma violação flagrante do direito humanitário e podem ser qualificadas como crimes de guerra", continua o comunicado.
A faixa de 55 quilômetros mencionada pelo Exército russo é, na realidade, a zona de distensão acertada com ele em torno da guarnição de At Tanf para evitar choques acidentais entre as forças russas e as americanas, afirmou o porta-voz do Pentágono, Eric Pahon.
Muitos civis que fugiram das zonas bombardeadas pelo Exército sírio encontraram abrigo nessa área, onde sabem que não serão atacados, explicou.
"Informamos os russos de que estávamos dispostos a facilitar a chegada da ajuda" para esses civis, "mas o regime sírio impediu que esses esforços tivessem resultados", completou Pahon.
No início de outubro, o Exército russo já havia acusado Washington de fornecer "apoio" ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) a partir da região de At Tanf.
Forças especiais
De acordo com Washington, At Tanf abriga um campo usado pelas forças especiais americanas e britânicas para treinar rebeldes sírios que lutam contra o EI.