ARGENTINA

O que se sabe sobre o submarino argentino desaparecido

Caso o ar não tenha sido renovado desde o último contato, no dia 15 de novembro, os 44 tripulantes do submarino já podem ter morrido

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Publicado em 22/11/2017 às 19:47
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Caso o ar não tenha sido renovado desde o último contato, no dia 15 de novembro, os 44 tripulantes do submarino já podem ter morrido - FOTO: Foto: HANDOUT / ARGENTINE NAVY / AFP
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O submarino militar argentino "ARA San Juan" não mantém comunicações há uma semana, desde às 10H30 GMT (08H30 Brasília) do dia 15 de novembro, e está sendo procurado por equipes de diversos países. 

Múltiplas hipóteses

Se o submarino está submerso e sem energia para pedir socorro e chegar à superfície para renovar o ar, os 44 marinheiros a bordo teriam sete dias de oxigênio. Considerando-se que o ar não foi renovado desde o último contato, a tripulação já estaria morta. "Se está no fundo, há poucas chances de sobrevivência", declarou um ex-submarinista sul-americano que pediu para não ser identificado.

Se ocorreu uma explosão ou incêndio a bordo, as possibilidades de sobrevivência são mínimas. Isto explicaria porque as balizas de emergência não foram ativadas.

Se está na superfície, à deriva, o submarino flutua. "Na superfície estaria em uma situação instável mas segura. Em um mar bravo, seria sacudido com força, mas não afundaria", declarou Dominique Salles, um ex-comandante francês de submarino. O almirante argentino Guillermo Delamer avalia que se está na superfície será "detectado pelos radares".

Avaria informada

O comandante do submarino, capitão de fragata Pedro Martín Fernández, informou à base um problema nas baterias.

Em uma comunicação posterior, na manhã do dia 15 de novembro, Fernández comunicou que seguia para a base naval de Mar del Plata, onde deveria chegar no dia 19 ou 20.

Um submarino deste tipo está geralmente equipado com quatro baterias de 50 toneladas cada uma, que contêm chumbo e ácido sulfúrico. "Em caso de problemas, as baterias podem produzir gases instáveis e até explosão", segundo um ex-submarinista que pediu para não ser identificado.

Vasta zona de busca pelo submarino

Os navios e aviões realizam buscas em uma zona de 500.000 km2 para detectar o submarino, concebido para não ser detectado.

Nesta região, a profundidade das águas é de entre 200 e 350 metros, e há muitos barcos de pesca.

No total, 14 navios, 12 aviões e 4 mil homens participam das operações de busca, que incluem contingentes de Brasil, Alemanha, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Noruega, Peru, Grã-Bretanha e Uruguai.

Dominique Salles destaca a dificuldade da tarefa. "Uma torre de submarino é um conjunto metálico de menos de 10 metros de comprimento por 3 ou 4 metros de altura. Em um mar com ondas de 7 a 8 metros, como ocorre nos últimos dias, é difícil detectá-lo".

Submarino foi fabricado em 1983

Fabricado na Alemanha em 1983, o submarino de 65 metros foi incorporado à frota argentina em 1985.

Em 2014 passou por manutenção nos estaleiros Tandanor de Buenos Aires e para a Marinha estava "totalmente operacional".

Em tempos de paz, o submarino é usado para o controle da pesca ilegal nas águas argentinas do Atlântico Sul, onde numerosos navios estrangeiros se aventuram regularmente.

A Argentina tem outros dois submarinos: o "San Luis", em reparos, e o "Salta", atracado na base de  Mar del Plata.

Dispositivo de socorro

Dois navios zarparam do porto de Comodoro Rivadavia com militares americanos equipados com material de resgate: dois mini submarinos de controle remoto e cápsulas de resgate para os 44 tripulantes do  "ARA San Juan".

O hospital de Comodoro Rivadavia está em alerta para receber os submarinistas.

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