A busca pelo submarino argentino com 44 tripulantes continua sem pistas três semanas após o seu desaparecimento, enquanto a Marinha descartou nesta quarta-feira (6) que a embarcação tenha feito chamadas de emergência antes de se perder no Atlântico Sul.
O registro feito por uma empresa de satélites de oito contatos realizados na madrugada de 15 de novembro, data do último contato com o submarino "ARA San Juan", abriu conjecturas sobre o fato de serem pedidos de ajuda.
"Não são chamadas de emergência, são tentativas de links para a Internet", afirmou o porta-voz da Marinha argentina, o capitão de navio Enrique Balbi.
Estes registros "já foram relatados" ao Ministério da Defesa e à juíza que investiga o desaparecimento do submarino, disse.
Para a Marinha, os dados "mais importantes" decorrem do último contato, quando o submarino reportou "em uma chamada de voz por satélite que estava em imersão e sem novidades, indo para Mar del Plata", indicou.
O "ARA San Juan" desapareceu depois de relatar uma avaria nas baterias quando retornava de Ushuaia (extremo sul da Argentina) para sua base em Mar del Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires.
Um organismo internacional relatou uma explosão subaquática naquela rota horas após o último contato do submarino.
Uma embarcação russa capaz de rastrear a 6.000 metros de profundidade está na área de busca, segundo Balbi. A expectativa se concentra em um objeto detectado a cerca de 940 metros de profundidade.
O presidente Maurício Macri pediu cautela nesta quarta-feira sobre as hipóteses sobre o que aconteceu. "Para entender o que aconteceu e o motivo pelo aconteceu, temos tempo. Vamos reduzir a ansiedade, priorizar a busca e respeitar o momento das famílias", declarou o presidente à imprensa durante um evento em Entre Ríos, a 300 km ao norte de Buenos Aires.
O chefe da Marinha, o almirante Marcelo Srur, confirmou que a busca continuará mesmo que a possibilidade de resgatar a equipe com vida tenha sido descartada.
"Um marinheiro nunca abandona um homem. É algo próprio à nossa condição. Mas estamos numa fase crítica e incompatível com a vida humana. Investigaremos até as últimas consequências, independentemente do trabalho que a Justiça faça", afirmou à Radio Mitre.