Diante do anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, o governo brasileiro manteve sua postura histórica e afirmou que o status de Jerusalém deve ser definido em negociações que garantam a paz entre Israel e a Palestina.
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“O governo brasileiro reitera seu entendimento de que o status final da cidade de Jerusalém deverá ser definido em negociações que assegurem o estabelecimento de dois estados vivendo em paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas e com livre acesso aos lugares santos das três religiões monoteístas, nos termos das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, como a Resolução 478 de 1980, entre outras”, disse, em nota, o Ministério das Relações Exteriores.
O Itamaraty destacou também que as fronteiras de Israel e Palestina devem ser definidas a partir de negociações entre os dois Estados. O governo brasileiro reconheceu o Estado da Palestina em 2010.
A declaração de Trump já gera tensão no território. O chefe político do movimento islamita Hamas, Ismail Haniyeh, convocou os palestinos a começar amanhã uma terceira Intifada, termo que significa levante ou revolta. As duas intifadas anteriores, em 1987 e 2000, provocaram mortes dos dois lados.
Haniyeh pediu uma reunião com todas as partes palestinas para discutir a situação atual e acertar as medidas políticas a serem tomadas diante dos eventos. “Devemos tomar decisões, formular políticas e desenvolver uma estratégia para nos opor ao novo complô em Jerusalém e na Palestina”, declarou o dirigente.
Por outro lado, segundo declarou em entrevista coletiva o primeiro-ministro palestino, Rami Hamdala, que chegou a Gaza na manhã de hoje, “Jerusalém é a capital da Palestina”, e segundo ele, este fato é mais importante que qualquer ação ou decisão que se possa tomar a partir dos EUA.
Repercussão internacional
Líderes de vários países se posicionaram a respeito da decisão de Trump sobre Jerusalém. O papa Francisco disse estar profundamente preocupado. Já o ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, afirmou que a medida do governo norte-americano torna urgente a discussão de um processo de paz no Oriente Médio.
No parlamento alemão, o líder do Partido Social Democrata, Martin Schulz, fez duras críticas a Trump. “O país em que a ONU tem sua sede, o país com uma das constituições mais maravilhosas do mundo, está sendo liderado por um homem que, com suas ações, está questionando os pilares da liberdade global democrática”.