O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou neste domingo (10) o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de bombardear os curdos e ajudar os "terroristas", após uma reunião com o presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris.
"Não tenho que receber lições de moral de um dirigente que bombardeia povoados curdos na Turquia, que prende jornalistas, ajuda o Irã a driblar as sanções internacionais e ajuda os terroristas, especialmente em Gaza", declarou Netanyahu, após ser questionado sobre a declaração de Erdogan, que chamou neste domingo Israel de "Estado terrorista" que "mata crianças".
"A Palestina é uma vítima inocente (...) enquanto Israel é um Estado terrorista. Sim, terrorista!", declarou o presidente turco, acrescentando que "lutará de todas as formas" contra o reconhecimento de Jerusalém como capital israelense.
Durante uma coletiva de imprensa conjunta com Emmanuel Macron no Eliseu, Benjamin Netanyahu insistiu em que Israel não pode ter outra capital além de Jerusalém, e que as tentativas de negar essa "conexão milenar" são "absurdas".
"É por isso" que o reconhecimento feito pelo presidente americano, Donald Trump, de Jerusalém como capital de Israel "é tão importante", acrescentou o primeiro-ministro.
Neste domingo, pelo quarto dia consecutivo, milhares de pessoas se manifestaram no Oriente Médio e no exterior contra a decisão de Trump.
Turquia e Israel normalizaram suas relações no ano passado, após uma crise diplomática desencadeada em 2010 por uma incursão israelense contra um navio de uma ONG que se dirigia para a Faixa de Gaza, deixando dez mortos entre os ativistas turcos.
As duas partes intensificaram sua cooperação, principalmente no campo da Energia, mas Erdogan, defensor da causa palestina, continua criticando a política israelense frequentemente.