A Rússia, a Turquia e o Irã tentavam nesta sexta-feira, durante as discussões de Astana, relançar o diálogo político e acabar com o conflito na Síria, uma semana depois do fracasso da reunião de Genebra.
A oitava rodada de negociações na capital do Cazaquistão deve terminar com uma declaração final aprovada pelos patrocinadores: Moscou e Teerã, aliados do presidente sírio Bashar al-Assad, e Ancara, que apoia os rebeldes.
Uma grande parte das discussões que começaram na quinta-feira (21) se centraram na iniciativa russa de reunir um "Congresso do diálogo nacional" em Sochi, segundo indicou o negociador russo Alexandre Lavrentiev.
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A ideia desta reunião, que juntaria cerca de 30 forças políticas sírias de todas as tendências, foi lançada após última rodada de negociações em Astana, mas o projeto não se concretizou por conta do tema da participação dos curdos, rechaçada pela Turquia.
Embora o governo de Assad, apoiado pelo Exército russo, tenha agora a iniciativa sobre o terreno, o processo de solução política continua parado em Genebra, sob patrocínio da ONU, assim como por meio da iniciativa russa de acolher um grande congresso que reúna oposição e governo.
Se Damasco está disposto a aceitar eleições sob a supervisão da ONU, as negociações se chocam no destino de Assad, com o governo rejeitando discutir sua eventual partida, reclamada pela oposição.
Anos em conflito
O conflito na Síria, que começou em 2011 com a repressão de manifestações pacíficas, fez mais de 340.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.
"É hora de fazer o processo político avançar", advogou na quinta-feira o emissário da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, enquanto relacionava as perspectivas de solução à nova rodada de negociações de Genebra, na segunda quinzena de janeiro.
"Cada coisa em seu tempo", insistiu. Segundo ele, o processo de Astana deve se concentrar nas zonas de distensão alcançadas em reuniões anteriores, assim como sobre os assuntos relacionados aos presos e ao desminado das zonas de combate anteriores.