Venezuela

Venezuelanos protestam contra falta de pernil no Natal

Venezuelanos não receberam do governo o pernil de Natal. Maduro justificou alegando ser uma sabotagem internacional ao país.

AFP
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Publicado em 28/12/2017 às 8:14
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Venezuelanos não receberam do governo o pernil de Natal. Maduro justificou alegando ser uma sabotagem internacional ao país. - FOTO: Foto: Pixabay
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Centenas de venezuelanos protestaram em Caracas na quarta-feira (27) à noite porque não receberam do governo o pernil de porco, o principal prato da ceia de Natal e Ano Novo no país, uma escassez que o presidente Nicolás Maduro atribuiu a uma sabotagem internacional.

Os protestos aconteceram nos bairros de Antímano e La Vega, zona oeste de Caracas. A Guarda Nacional monitorou as manifestações.

Fotos de avenidas bloqueadas e latas de lixo queimadas foram divulgadas nas redes sociais. Vários internautas ironizaram a situação, que chamaram de "revolução do pernil". 

Outras manifestações menores foram registradas nos últimos dias em Caracas e outras cidades pela ausência da carne de porco prometida pelo governo para as festas natalinas, através de um sistema de venda a preços subsidiados em áreas populares.

Maduro comentou na quarta-feira a situação em um discurso transmitido por rádio e televisão.

"O que aconteceu com o pernil? Nos sabotaram. Posso dizer isso de um país: Portugal", disse Maduro.

Governo

Segundo o presidente, seu governo comprou "todo o pernil que havia na Venezuela" e ordenou a importação de mais peças. "Mas perseguiram nossas contas bancárias, perseguiram os dois barcos gigantes que vinham", acrescentou.

"Os portugueses se comprometeram, foram assustados pelos gringos e não enviaram os pernis", afirmou Diosdado Cabello, número dois do chavismo, em seu programa no canal estatal VTV.

O governo dos Estados Unidos impôs sanções financeiras contra a Venezuela e proibiu que seus cidadãos e empresas negociem novas dívidas do governo e sua estatal petroleira PDVSA, fonte de 96% das divisas que entram no país. Maduro afirma que isto prejudica as importações.

Os venezuelanos sofrem uma severa escassez de alimentos básicos e medicamentos, além de uma inflação que, segundo o FMI, deve superar 2.300% em 2018.

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