A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, conclui, nesta quinta-feira (4), uma visita de dois dias a Cuba, onde deixou claro que as portas do bloco continuarão abertas à ilha, apesar do embargo aplicado pelos Estados Unidos.
A Alta Representante para Política Exterior da União Europeia deve se reunir com o presidente do Parlamento, Esteban Lazo, e o ministro de Relações Exteriores, Bruno Rodríguez. Sua visita acontece três meses antes de Raúl Castro deixar o poder.
Na quarta-feira (3), durante um encontro com professores e estudantes em Havana, Mogherini classificou como "obsoleto e ilegal" o plano restritivo que Washington aplica contra Cuba desde 1962.
"O bloqueio não é a solução. Os europeus dissemos muitas vezes a nossos amigos americanos e afirmamos nas Nações Unidas", destacou. "O único efeito do bloqueio é piorar a qualidade de vida de mulheres, homens e crianças" da ilha.
A diplomata rechaçou também as sanções americanas contra cidadãos e empresas europeias que comercializem com a ilha. "Não podemos aceitar que medidas unilaterais impeçam ou deteriorem nossas relações econômicas ou comerciais com Cuba", considerou.
Sua presença na ilha, segundo ela, tem por objetivo preparar a implementação total do Acordo de Diálogo Político e Cooperação bilateral, em vigor provisoriamente desde 1 de novembro de 2017, à espera de ser ratificado pelo bloco europeu. Para isso, se encontrou com o ministro de Investimento Estrangeiro e Comércio Exterior, Rodrigo Malmierca.
A UE é o segundo maior parceiro comercial de Cuba, atrás da China, com intercâmbios de 2,4 bilhões de dólares em 2016. O bloco também é o maior investidor estrangeiro na ilha, em áreas como turismo e o agronegócio.