O governo venezuelano anunciou nesta terça-feira (16) que o ex-policial Óscar Pérez, protagonista do ataque de um helicóptero contra edifícios do governo em 2017, morreu junto com seis homens de seu grupo durante uma vasta operação de captura na segunda-feira nos arredores de Caracas.
O ministro do Interior, o general Néstor Reverol, incluiu Pérez, de 36 anos, na lista de "sete terroristas mortos" - entre eles uma mulher - e mostrou suas fotografias, durante um anúncio na televisão oficial.
"Diante de uma agressão que colocou em risco a vida, o procedimento foi neutralizar o grupo agressor com o lamentável balanço de sete terroristas mortos", assegurou Reverol, ao justificar a resposta dos comandos especiais que participaram da chamada "Operação Gedeón".
Reverol detalhou que outros seis membros do grupo de Pérez, quatro homens e duas mulheres, estão "detidos, sendo processados neste momento", enquanto dois policiais morreram e oito ficaram feridos.
"Apesar de todas as tentativas de alcançar uma solução pacífica e negociada, este grupo terrorista iniciou de maneira dissimulada (...) um confronto que deixou dois mortos e oito oficiais feridos", acrescentou.
Acompanhado de altos comandos militares e policiais, o ministro assegurou que os "atos cometidos por este grupo criminoso qualificam" como "terrorismo, constituindo claros e flagrantes ataques contra a institucionalidade democrática".
Pérez era o homem mais procurado pelas forças de segurança da Venezuela desde que, em 27 de junho, sobrevoou Caracas em um helicóptero da Polícia com alguns de seus homens e lançou quatro granadas contra o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Também disparou contra o Ministério do Interior.
O ataque, que não deixou vítimas, ocorreu em meio a uma onda de protestos contra Maduro que deixou 125 mortos entre abril e julho de 2017.
Sete meses depois, comandos especiais da Polícia e a Força Armada realizaram na manhã de segunda-feira uma intensa operação de captura contra o ex-policial e seus homens, os quais foram encurralados em uma casa na estrada para El Junquito, 25 quilômetros a noroeste de Caracas.
Pouco antes do relatório do ministro, diante do silêncio mantido pelo governo sobre o destino de Pérez, seus familiares clamavam por uma "prova de vida".
Em 15 vídeos que divulgou no Instagram durante a operação, o piloto havia acusado as autoridades de querer matá-los usando lança-granadas, embora quisessem se entregar.