O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou neste domingo (21) que buscará uma nova trégua com o Exército de Libertação Nacional (ELN) para salvar o processo de paz com essa guerrilha. No Twitter, Santos publicou que seu chefe negociador Gustavo Bell "viajará para Quito para explorar a possibilidade de um novo cessar-fogo que permita continuar a negociação de paz com o ELN".
Atendiendo el llamado de Naciones Unidas, Gustavo Bell viajará a Quito para explorar la posibilidad de un nuevo cese al fuego que permita continuar la negociación de paz con el Eln.
— Juan Manuel Santos (@JuanManSantos) 21 de janeiro de 2018
No sábado (20), a guerrilha propôs uma reunião com o governo para reativar o processo de paz em Quito, em ponto morto após o fim da trégua em 10 de janeiro.
"Estamos de acordo com participar de uma reunião entre os dois chefes de delegação, com a presença dos garantidores, e na qual examinaremos o pronto início do quinto ciclo de diálogos, para tratar ali de todos os temas pendentes", destacou o Exército de Libertação Nacional (ELN), em um comunicado.
Os diálogos de paz foram suspensos após a ofensiva lançada pelos rebeldes, ao final de um cessar-fogo de três meses. Nos últimos dez dias, guerrilheiros atacaram as forças oficiais e a infraestrutura petroleira. Ao menos quatro militares morreram, e 22 supostos rebeldes foram capturados na contraofensiva, segundo as autoridades.
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Cessar-fogo
Apesar de ambos os lados manifestarem a intenção de seguir adiante com as negociações, ainda não se encontrou um mecanismo para recuperar o diálogo, iniciado em fevereiro de 2017. Última guerrilha ativa reconhecida pelo governo, o ELN também reiterou no comunicado sua "vontade de acordar outro cessar-fogo". Ontem, o Ministério da Defesa informou que um dos comandantes da guerrilha do ELN no nordeste da Colômbia morreu em uma operação militar.
Conhecido como "Arturo", ou "Pimpón", ele estaria envolvido na morte de mais de 30 militares e era responsável pela ofensiva do ELN após o fim da trégua, em 10 de janeiro. "Arturo" estava há 22 anos no grupo. O governo chegou a oferecer uma recompensa de 1 bilhão de pesos (equivalente a US$ 333 mil) por informações sobre seu paradeiro.
Segundo o Ministério da Defesa, "Arturo" liderava a frente "Heróis e Mártires" do ELN que opera nos departamentos de Casanare e Arauca, na zona limítrofe com a Venezuela.