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Duplo atentado em Benghazi, na Líbia, deixa vários mortos

O número de mortos chegou a 34

JC Online
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Publicado em 24/01/2018 às 10:10
Foto: Google Street View/Reprodução
O número de mortos chegou a 34 - FOTO: Foto: Google Street View/Reprodução
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Mais de 30 personas morreram e dezenas ficaram feridas em um duplo atentado com carro-bomba frente a uma mesquita de Benghazi, a segunda cidade líbia, o que demonstra a persistente instabilidade da região controlada pelas forças do marechal Khalifa Haftar.

O ataque, que não foi reivindicado, ocorreu após a oração da tarde de terça-feira no centro desta cidade do leste do país, minada pela insegurança e rivalidades políticas desde a queda do regime de Muammar Khaddafi em 2011, após uma revolta popular apoiada pela Otan.

Benghazi vivia uma relativa calma desde que o marechal Khalifa Haftar anunciou a "libertação" da cidade dos jihadistas em julho de 2017.

Os atacantes explodiram dois carros em um espaço de 30 minutos em frente a uma mesquita no bairro de Al-Sleimani, de acordo com autoridades da segurança.

Alguns socorristas e policiais que foram ao local do incidente morreram na segunda explosão.

Ninguém reclamou a autoria do ataque, mas a mesquita é considerada uma base para grupos salafistas que combatem os extremistas ao lado das forças de Haftar.

Várias pessoas se reuniram em frente à mesquita nesta quarta-feira.

O hospital de Al-Khala recebeu 25 vítimas fatais e 51 feridos, segundo indicou sua porta-voz Fadia al-Bargati, enquanto o Centro Médico de Benghazi recebeu nove mortos e 36 feridos, informou seu porta-voz Khalil Gider.

Autoridades da saúde declararam que muitos dos feridos estão em estado grave e que por isso o número de mortos pode aumentar.

Instabilidade política
 

Haftar, que apoia o governo estabelecido no leste do país, decretou três dias de luto após o ataque.

O Governo de Unidade Nacional (GNA), apoiado pela ONU e com sede na capital Trípoli, conseguiu impor sua autoridades apenas no oeste do país.

O GNA considerou o ataque um "ato terrorista e covarde".

A missão de apoio da ONU na Líbia, a UNSMIL, lamentou os atentados "horríveis" e advertiu que os "ataques diretos e indiscriminados contra civis [...] constituem crimes de guerra".

Os esforços da ONU para reconciliar os dois governos antagônicos não renderam resultados até o momento.

No final de dezembro, Haftar disse que apoiaria eleições em 2018 para retirar o país do caos, mas sugeriu que poderia agir se os esforços destinados a "uma transição pacífica de poder através de eleições livres e democráticas fossem esgotados".

Os oponentes de Haftar acusam-no de tentar tomar o poder e estabelecer uma ditadura militar, enquanto seus partidários pedem que governe por "mandato popular".

O enviado da ONU, Ghassan Salame, apresentou em setembro ao Conselho de Segurança um plano para eleições presidenciais e parlamentares este ano, mas os analistas estão céticos sobre a probabilidade de serem realizadas.

O persistente conflito no país tem prejudicado os esforços para restaurar a economia desse  produtor de petróleo do norte da África e se tornou terreno fértil para extremistas e traficantes de seres humanos.

O grupo Estado Islâmico mantém uma presença significativa e controlou a cidade de Sirte desde o final de 2014 até o final de 2016, quando foi expulso pelas forças favoráveis ??ao GNA.

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