O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou nesta segunda-feira (29) o ataque contra a academia militar de Cabul, uma ação que deixou pelo menos cinco soldados mortos, em um momento de grande tensão com o aumento dos atentados na capital afegã.
De acordo com um balanço preliminar, o ataque deixou cinco mortos e 10 feridos entre os soldados, informou o porta-voz do ministério da Defesa, o general Dawlat Waziri. "Dois homens-bomba detonaram os explosivos, outro foi detido e três foram mortos", afirmou o general.
As forças especiais afegãs foram enviadas ao local e ao bairro próximo à academia, um grande complexo de mais de 40 hectares na zona oeste de Cabul.
"Os criminosos queriam entrar no batalhão", disse o general Waziri, ao explicar que o ataque se concentrou no batalhão que fica do lado de fora da academia.
O ataque começou às 5H00 (22H30 de Brasília, domingo) com o lançamento de foguetes, granadas e tiros de armas automáticas.
"Aconteceu uma grande explosão na entrada, o batalhão respondeu. Não acredito que conseguiram entrar", afirmou à AFP pouco depois do início do ataque um oficial que estava no local.
O porta-voz da polícia de Cabul, Basir Mujahid conformou o uso de foguetes e os tiros, mas disse que a situação estava "calma".
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque. "Combatentes do grupo Estado Islâmico atacaram a academia militar na cidade de Cabul em uma operação suicida", informou a agência de propaganda do EI, Amaq.
O ataque contra os militares aconteceu dois dias depois de um atentado que deixou 103 mortos e 235 feridos na capital.
O ataque executado com uma ambulância-bomba provocou grande comoção e levou o governo a decretar um dia de luto nacional no domingo e um recesso nesta segunda-feira, para que cidade consiga tratar os feridos.
Cabul foi alvo recentemente de vários ataques executados tanto pelos talibãs como pelo EI. A cidade se tornou um dos locais mais perigosos do país para os civis.
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No dia 20 de janeiro, talibãs atacaram o hotel Intercontinental de Cabul e mataram pelo menos 25 pessoas, a maioria estrangeiros.
Mas ainda persistem dúvidas sobre o número de vítimas e divergências entre o balanço do governo e as informações da imprensa afegã que citam um número maior de mortos.
A cidade está em alerta máximo e teme novos ataques. Os estrangeiros foram advertidos sobre possíveis atentados do EI contra supermercados, hotéis e lojas.