A Coreia do Norte disse na sexta-feira (9) que não pode pagar quase US$ 184 mil em dívidas com a Organização das Nações Unidas (ONU) por causa das sanções que impedem a transferência de fundos de Pyongyang. A missão da Coreia do Norte à ONU disse que as sanções impostas pelo Conselho de Segurança no início de agosto sobre o Banco de Comércio Exterior da Coreia do Norte, que é responsável pelas transações internacionais, tornaram impossível o pagamento.
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A missão disse que o embaixador Ja Song Nam se encontrou com o subsecretário-geral de Gestão da ONU, Jan Beagle, na sexta-feira à tarde para solicitar a abertura de "canais bancários" para fazer o pagamento de US$ 183.458,00 referente a 2018 para as operações regulares da ONU e para orçamentos separados de manutenção da paz e tribunais internacionais.
O Conselho de Segurança impôs sanções ao banco após os primeiros testes bem sucedidos da Coreia do Norte de mísseis balísticos intercontinentais capazes de atingir os Estados Unidos em 3 e 27 de julho. Também impôs sanções mais duras em resposta ao sexto e maior teste nuclear de Pyongyang em 3 de setembro e medidas ainda mais severas em dezembro após o teste em 29 de novembro do mais poderoso míssil balístico intercontinental norte-coreano.
EUA
Os Estados Unidos baniram o Banco do Comércio Exterior do sistema financeiro dos EUA em 2013, e a missão da Coreia do Norte culpa o governo Trump por estimular as sanções da ONU contra o banco.
Uma declaração da missão disse que as sanções dos EUA e das Nações Unidas criam "enormes dificuldades" e impedem atividades normais, como pagar dívidas com a ONU. A missão pediu às Nações Unidas que forneça uma alternativa "para garantir rapidamente o canal de transação bancária por meio do qual a Coreia do Norte possa pagar regularmente a sua contribuição financeira".
Um diplomata da Coreia do Norte, falando sob condição de anonimato porque não estava autorizado a conversar com a imprensa, disse que o embaixador também levantou a questão das agências e organizações que fornecem ajuda humanitária e não podem obter dinheiro para as suas operações no país. A resolução do Conselho de Segurança aprovada em agosto autoriza a comissão que monitora sanções contra a Coreia do Norte a exceções no caso de atividades humanitárias.