O presidente americano, Donald Trump, disse neste domingo (18) que a Rússia alcançou seus "sonhos mais loucos", se sua intenção era semear a discórdia nos Estados Unidos, mas se absteve de desafiar diretamente Moscou por sua intromissão nas eleições.
Em uma série de tuítes, Trump culpou seu predecessor, Barack Obama, por não deter a Rússia e acusou o FBI de passar "tempo demais tentando provar o conluio" com sua equipe de campanha.
Mas o presidente não mostrou interesse em confrontar a Rússia desde as acusações apresentadas na sexta-feira contra 13 cidadãos desse país, que expuseram detalhadamente aspectos do suposto esforço encoberto para influenciar nas eleições presidenciais americanas de 2016 a favor de Trump.
Os chefes de Inteligência advertiram nesta semana que a interferência continuava e provavelmente miraria nas próximas eleições legislativas.
Em uma conferência neste sábado em Munique, o assessor de Segurança Nacional HR McMaster qualificou a evidência de interferência russa nos processos democráticos americanos de "irrefutável".
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Mas Trump ignorou a responsabilidade russa e não ofereceu nenhum sinal do que seu governo faria a respeito.
"McMaster esqueceu de dizer que os resultados das eleições de 2016 não foram afetados ou modificados pelos russos e que o único conluio foi entre a Rússia e a Desonesta H (Hillary), o CND e os democratas", tuitou Trump na noite de sábado, fazendo referência a sua derrotada rival do Partido Democrata Hillary Clinton.
Em outro tuíte neste domingo, assegurou: "Nunca disse que a Rússia não se intrometeu nas eleições. Disse 'pode ser a Rússia, a China, ou outro país, ou grupo, ou pode ser um gênio de 180 quilos sentado em uma cama e jogando com seu computador'".
"O engano russo foi (dizer) que a campanha de Trump conspirou com a Rússia. Nunca fez isso!", acrescentou o presidente.
Também no Twitter, o presidente sugeriu que o problema estava nas investigações do Congresso e do Departamento de Justiça, em vez de na interferência em si.
A acusação de sexta-feira foi apresentada pelo procurador especial Robert Mueller, que está investigando o possível conluio entre a campanha de Trump e a Rússia, e uma possível obstrução da justiça.
"Se foi o OBJETIVO da Rússia criar discórdia, perturbação e caos dentro dos Estados Unidos, então, com todas as audiências de comitês, investigações e ódio entre os partidos, tiveram sucesso além de seus sonhos mais loucos", tuitou Trump.
"Estão morrendo de rir em Moscou. Seja inteligente, América!", acrescentou.
Em outro tuíte, arremeteu contra seu predecessor: "Obama era presidente, sabia da ameaça e não fez nada".