DESIGUALDADE DE GÊNERO

Tonga proíbe meninas de jogar rugby e lutar boxe nas escolas

O país, que fica no Pacífico, definiu a decisão como atitude de "preservar a dignidade das mulheres de Tonga e preservar os valores culturais"

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Publicado em 21/03/2018 às 14:12
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O país, que fica no Pacífico, definiu a decisão como atitude de "preservar a dignidade das mulheres de Tonga e preservar os valores culturais" - FOTO: Foto: Reprodução/Facebook
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O governo de Tonga proibiu as alunas das escolas públicas de disputarem competições de rugby e boxe, provocando críticas da bicampeã olímpica de arremesso de peso Valerie Adams e da primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern.

A decisão do governo deste pequeno país insular do Pacífico foi tomada na semana passada, quando uma equipe feminina da escola Tonga High School foi excluída de um torneio de rugby devido a seu gênero.

Uma carta de departamento de Educação afirmou que a proibição buscava "preservar a dignidade das mulheres de Tonga e preservar os valores culturais" do país, segundo tradução ao inglês publicada pelo site Matangi Tonga.

Adams, que nasceu na Nova Zelândia mas defende com orgulho suas origens tonganesas, classificou a decisão de "uma interpretação equivocada e teimosa" da cultura desta ilha da Polinésia.

"De acordo com esta forma de pensar, uma mulher orgulhosa de ser tonganesa como eu não poderia alcançar o nível que tenho neste mundo", escreveu no Facebook.

"As mulheres de Tonga precisam ter liberdade para escolher seu destino, não podem ser retidas", completou.

Adams conquistou duas medalhas olímpicas, uma de ouro e outra de prata, no arremesso de peso.

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Arden, também se mostrou contrária à decisão do governo de Tonga.

"Quando era estudante, joguei rugby e aconselharia a todas as jovens a praticarem qualquer esporte que lhes interessar", disse, afirmando que a medida será aplicada unicamente às escolas e que as meninas poderão competir fora delas.

"Lembramos que o que diminui a dignidade das mulheres é dizer o que elas podem ou não fazer com base em seu sexo biológico", denunciou por sua vez a Tonga Leitis Association, que representa a comunidade transgênero, em carta enviada ao ministério da Educação.

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