Moscou se opôs nesta terça-feira (10), no Conselho de Segurança, a um projeto de resolução de Washington, que previa criar um mecanismo de investigação sobre o uso de armas químicas na Síria, ao que se seguiu o veto de um projeto de resolução russo.
O texto americano - aprovado por 12 votos, dois contra (Rússia e Bolívia) e uma abstenção (China) - propunha a criação de um novo "mecanismo de investigação independente das Nações Unidas" (Unimi) sobre o uso de armas químicas na Síria. Este foi o 12º veto da Rússia na ONU para bloquear uma resolução sobre a Síria desde o início da guerra, em 2011.
Minutos depois, o Conselho rejeitou um projeto russo que propunha a criação de um mecanismo de investigação sobre o uso de armas químicas na Síria por não conseguir a maioria de nove votos necessários para sua aprovação.
Este enfrentamento entre Washington e Moscou na ONU ocorre quando aumenta a ameaça de uma ação militar do Ocidente na Síria.
O presidente americano, Donald Trump, advertiu que haverá um "grande preço a pagar" pelo suposto uso de gás químico em Duma, que causou a morte de pelo menos 40 pessoas, segundo médicos e socorristas sírios.
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Votação
Antes da votação, a embaixadora americana, Nikki Haley, disse que sua resolução era "o mínimo que o Conselho pode fazer para responder ao ataque" de sábado.
O embaixador russo, Vassily Nebenzia, acusou os Estados Unidos de "propor esta resolução" como um "pretexto" para justificar sua ação futura na Síria.
"Estamos usando o veto para proteger o estado de direito internacional, a paz e a segurança para nos assegurarmos de que não arrastem o Conselho de Segurança para suas aventuras", alegou Nebenzia.
Doze dos 15 membros do Conselho apoiaram a medida americana, incluindo França, Grã-Bretanha, países africanos, Cazaquistão e Kuwait. Bolívia e Rússia votaram contra, enquanto a China se absteve.
Enquanto isso, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha estavam entre os sete países que votaram contra a proposta russa, argumentando que não criaria um painel independente para investigar as denúncias de uso de armas químicas.
A China apoiou a medida russa, juntamente com outros quatro países, enquanto outros dois se abstiveram.
Um projeto de resolução precisa da aprovação de nove votos entre os 15 integrantes do Conselho e nenhum veto de seus cinco membros permanentes: Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos.
A Rússia enviou então à votação um terceiro projeto, que apoiaria uma investigação por parte da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), mas não criaria um mecanismo para identificar os executores, que também foi rejeitado.