A primeira-ministra britânica, Theresa May, convocou para esta quinta-feira (12), uma reunião de emergência do gabinete para discutir a reação ao suposto ataque químico na Síria, informou Downing Street na noite desta quarta-feira (11).
Um porta-voz de May revelou que a premier decidiu convocar seus ministros para "discutir que resposta adotar diante dos acontecimentos na Síria", onde o regime em Damasco é apontado como o autor de um bombardeio com armas químicas contra a localidade de Duma, que matou dezenas de pessoas.
Tensão
Mas com o presidente americano Donald Trump advertindo que em breve mísseis serão lançados contra a Síria e o presidente francês Emmanuel Macron considerando unir-se a um ataque militar contra o regime de Bashar Al Asad, May verificará junto a seus ministros se o país deve ou não unir-se a esta resposta.
A premiê disse que todos os indícios apontam para que Assad esteja por trás do suposto ataque.
"O uso de armas químicas não pode ficar sem resposta", afirmou May na terça-feira (10), depois de uma reunião de seu Conselho Nacional de Segurança.
"Trabalharemos com nossos mais estreitos aliados para nos assegurarmos de que os responsáveis prestem contas", acrescentou.
O ministério da Defesa não quis comentar uma informação do jornal The Daily Telegraph que dizia que os submarinos da Royal Navy receberam ordem de tomar posições para ficarem capacitados de disparar mísseis de cruzeiro Tomahawk contra a Síria a partir da noite desta quinta.
"Não comentamos os movimentos dos submarinos", afirmou um porta-voz do ministério, citado pela agência britânica Press Association.
Se ficar satisfeita com o apoio de seu governo, May terá de decidir se consulta o Parlamento e, neste sentido, há precendentes para todos os gostos.
Seu antecessor, David Cameron, não conseguiu, em agosto de 2013, o apoio da Câmara dos Comuns a uma resposta militar ao primeiro uso de armas químicas por parte de Al Assad contra a população civil.
Em compensação, em duas ocasiões Londres combardeou o grupo Estado Islâmico sem consultar os deputados.
A desastrosa invasão do Iraque em 2003 e sua posterior ocupação, que resultou na morte de 179 soldados britânicos e manchou o legado do então primeiro-ministro, o trabalhista Tony Blair, ainda persegue o Reino Unido.
May conta apenas com uma limitada maioria na Câmara dos Comuns graças a um pacto com os unionistas norte-irlandeses, e o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, exigiu, também como fizeram alguns deputados conservadores, que qualquer passo conte com a aprovação do Parlamento.
Uma pesquisa do jornal The Times publicada nesta quinta-feira revela que apenas 22% dos britânicos aprova uma operação militar contra a Síria.