Síria

Veja o que se sabe dos ataques na Síria

Estados Unidos, França e Reino Unido lançaram neste sábado (14) de madrugada ataques coordenados na Síria contra o governo de Bashar al-Assad, uma semana depois de um suposto ataque químico, em 7 de abril, na cidade de Duma, então nas mãos dos rebeldes.

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Publicado em 14/04/2018 às 15:58
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Estados Unidos, França e Reino Unido lançaram neste sábado (14) de madrugada ataques coordenados na Síria contra o governo de Bashar al-Assad, uma semana depois de um suposto ataque químico, em 7 de abril, na cidade de Duma, então nas mãos dos rebeldes. - FOTO: Foto: AFP
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 Os alvos 

Segundo o general Joe Dunford, chefe do Estado-Maior americano, as forças ocidentais apontaram às 04h00 na Síria (22h00 de sexta-feira em Brasília) para três alvos vinculados ao programa sírio de armas químicas, um perto de Damasco e outros dois na região de Homs, no centro da Síria.

Uma hora depois, os bombardeios haviam "terminado", acrescentou, e disse que por enquanto não preveem outra operação.

Os aliados, segundo o Pentágono, evitaram alcançar qualquer ponto onde se encontrassem forças russas, presentes em muitos lugares do país, e aliadas do governo de Damasco.

Moscou confirmou que nenhum dos bombardeios afetou as bases aérea e naval russas na Síria.

O presidente francês, Emmanuel Macron, destacou que os bombardeios franceses estiveram "circunscritos às capacidades do regime que permitem a produção e o uso de armas químicas".

Os britânicos assinalaram ter atacado um complexo militar — uma antiga base de mísseis — localizada 24 quilômetros a oeste de Homs, "onde se supõe que o regime guardava armas químicas".

A televisão estatal síria indicou que, segundo "informações" obtidas, um "centro de pesquisa" na zona de Barzah, no nordeste de Damasco, se encontrava entre os alvos.

 Forças coordenadas 

No total, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha lançaram 105 mísseis e "estamos certos que todos os nossos mísseis alcançaram seu objetivo", disse um funcionário de alto escalão do Pentágono, o general Kenneth McKenzie, que desmentiu as afirmações de Moscou segundo as quais 71 mísseis ocidentais haviam sido interceptados.

O secretário americano da Defesa, Jim Mattis, detalhou que as forças americanas haviam empregado o dobro de munições em relação ao bombardeio de abril de 2017 contra a base militar de Al-Shayrat, perto de Homs.

Não houve baixas do lado americano, de acordo com o Pentágono.

A França, por sua vez, usou na missão fragatas polivalentes no Mediterrâneo e aviões caça-bombardeiros Rafale, segundo a ministra das Forças Armadas, Florence Parly.

Londres usou quatro caças Tornado GR4 da Royal Air Force, equipados com mísseis Storm Shadow.

Washington e seus aliados dispararam "cerca de 110 mísseis contra alvos em Damasco e outros lugares" na Síria, segundo fontes militares sírias, que afirmam ter interceptado a "maioria" dos mísseis.

De acordo com a Rússia, a defesa antiaérea síria interceptou 71 mísseis de cruzeiro de um total de 103. As instalações russas de defesa antiaérea estacionadas na Síria não foram usadas, segundo o Ministério russo da Defesa.

 As reações 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu moderação e que os países evitem qualquer ação que possa provocar uma escalada violenta na Síria.

O governo sírio denunciou uma "agressão bárbara e brutal dos ocidentais" e uma "violação flagrante" do direito internacional. Segundo Damasco, o ataque quer atrapalhar uma missão da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) que deveria começar sua investigação neste sábado em Duma.

A Rússia, aliada de Damasco, também reagiu duramente. A Síria, que resiste há anos "a uma agressão terrorista", foi atacada por uma operação militar do Ocidente quando tinha "a oportunidade de ter um futuro pacífico", disse neste sábado a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.

O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, condenou duramente os ataques à Síria e tachou de "criminosos" o presidente americano, Donald Trump, seu contraparte francês, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra britânica, Theresa May.

A Otan também deu seu "apoio" à ação militar, que, segundo disse, reduzirá a capacidade do governo de realizar outros ataques químicos. A Turquia qualificou os bombardeios de "apropriados", e Israel de "justificados".

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