Oito homens acusados de estuprar e matar uma menina muçulmana de 8 anos, pertencente a uma tribo nômade na Índia, declaram-se inocentes nesta segunda-feira (16), em um caso de abalou o país.
Além de se declararem inocentes, pediram para que fossem submetidos a um detector de mentira.
O crime ocorreu no estado indiano de Jammu. O corpo da criança foi encontrado em janeiro, depois de ela ter desaparecido quando foi à floresta procurar cavalos perdidos.
Segundo a ata de acusação da polícia, a vítima foi sequestrada por habitantes locais, que a mantiveram drogada em cativeiro por cinco dias em uma cabana e, depois, em um templo hindu.
Durante o sequestro, vários homens, entre eles um guarda de templo hindu e vários policiais, teriam estuprado a menina de forma sucessiva. Depois, ela foi estrangulada, e sua cabeça, esmagada com uma pedra.
Segundo os investigadores, os homens quiseram aterrorizar os Bakerwals, comunidade nômade de pastores muçulmanos a que pertencia a menina, para dissuadi-los de ir à sua região.
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O crime provocou reações indignadas no mundo político e na sociedade civil e revelou as tensões intercomunitárias na Índia, dirigida pelos nacionalistas hindus de Narendra Modi desde 2014.
A próxima audiência foi marcada para 28 de abril.
Recorrente
Cerca de 40.000 casos de estupro são denunciados por ano na Índia, segundo estatísticas oficiais.
Os observadores consideram que isso representa apenas a ponta do iceberg, devido à intensa cultura do silêncio que prevalece sobre este tema na sociedade indiana.