Conflito e Diálogo

Coreia do Norte chama de 'ridículas' críticas dos EUA sobre direitos humanos

Pyongyang rebateu relatório dos EUA, afirmando que o país norte americano 'semeia' as violações dos direitos humanos e tem a cultura de armas como 'um câncer'

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Publicado em 25/04/2018 às 9:37
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Pyongyang rebateu relatório dos EUA, afirmando que o país norte americano 'semeia' as violações dos direitos humanos e tem a cultura de armas como 'um câncer' - FOTO: Foto: KCNA VIA KNS / AFP
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A Coreia do Norte qualificou de "ridículas" nesta quarta-feira (25) as críticas dos Estados Unidos sobre a situação dos direitos humanos no país, a poucas semanas do encontro entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Acusação e resposta

Em seu relatório anual sobre direitos humanos no mundo, o Departamento de Estado americano acusou a Coreia do Norte, na semana passada, de cometer todo tipo de violação dos direitos humanos com o aval do governo.

O relatório cita execuções extrajudiciais, atos de tortura, repressão aos dissidentes e sequestros no exterior, que qualificou de "violações flagrantes dos direitos humanos".

Nas últimas semanas, Pyongyang havia se mostrado incomumente reservado em suas habituais críticas contra Seul e Washington, alegando que suas ações tinham como objetivo "relaxar o clima para o diálogo" antes das cúpulas com Moon e Trump.

Pyongyang decidiu rebater o relatório, porém, considerando que "calunia brutalmente" a Coreia do Norte e procede de um país que "semeia" as violações dos direitos humanos e onde a cultura das armas é "um câncer".

Washington se autoproclamou "juiz dos direitos humanos (...) e isto é realmente ridículo, que nos faz pensar como um ladrão pode exigir a prisão de outro ladrão", declarou a agência oficial de notícias KCNA.

"O verdadeiro objetivo (dos Estados Unidos) é desintegrar os países que o obedecem e criar pretextos para exercer pressões e agressões políticas, militares e econômicas", acrescentou a agência.

Coordenação Seul-Washington

Essa reação surge a poucos dias da reunião desta sexta-feira (25) entre o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e Kim Jong-un - um prelúdio da histórica cúpula entre Kim e Trump.

Na sexta, Moon deve tentar convencer Kim a renunciar às armas nucleares para acalmar de forma permanente as tensões na península.

Os dois presidentes também devem discutir um eventual tratado de paz para pôr fim, formalmente, à Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com um simples armistício, além de questões como uma retomada das reuniões de famílias divididas pelo conflito.

A ministra sul-coreana das Relações Exteriores, Kang Kyung-wha, já afirmou que não se discutirá a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte, apesar dos apelos nesse sentido feitos por várias ONGs.

O governo de Seul afirmou que, imediatamente depois da cúpula de sexta-feira, Moon informará Trump por telefone sobre a reunião e prometeu uma "estreita coordenação" com os Estados Unidos. Também anunciou que devem discutir um possível encontro entre Moon e Trump, antes da cúpula entre Estados Unidos e Coreia do Norte.

As recentes palavras animadoras do presidente americano sobre Kim contrastam com os insultos pessoais do ano passado, quando se referiu ao líder norte-coreano como "Rocket Man" (homem-foguete) e ameaçou Pyongyang com "o fogo e a fúria" dos EUA.

Na terça, Trump insistiu: "Quero que se livrem de suas ogivas nucleares".

Kim conseguiu uma rápida aceleração das capacidades armamentísticas da Coreia do Norte. No ano passado, Pyongyang lançou seu teste nuclear de maior potência, além de fazer lançamentos de mísseis capazes de chegar ao território continental americano.

No último fim de semana, Pyongyang anunciou uma moratória de seus testes nucleares.

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