Donald Trump classificou de "escandaloso", nesta terça-feira (1º), o vazamento para o jornal "The New York Times" das perguntas que o procurador especial independente pretende lhe fazer sobre a suspeita de conluio entre sua equipe de campanha e a Rússia.
So disgraceful that the questions concerning the Russian Witch Hunt were “leaked” to the media. No questions on Collusion. Oh, I see...you have a made up, phony crime, Collusion, that never existed, and an investigation begun with illegally leaked classified information. Nice!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 1 de maio de 2018
"Inventaram um delito absurdo, o conluio, que nunca existiu e uma investigação que começou com um vazamento ilegal de informações confidenciais", criticou o presidente em um de seus tuítes matinais.
Na noite da última segunda-feira (30), o "New York Times" publicou dezenas de perguntas que Robert Mueller, o procurador especial, quer que Trump responda. O teor das perguntas enviadas à Casa Branca parece indicar que a equipa de Mueller se interessa por uma potencial obstrução de Justiça por parte do presidente.
It would seem very hard to obstruct justice for a crime that never happened! Witch Hunt!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 1 de maio de 2018
"Pareceria muito difícil obstruir a Justiça por um crime que nunca foi cometido! Caça às bruxas!", alegou Trump, em um segundo tuíte.
Revelação
Reveladas na noite da última segunda-feira (30), as perguntas podem ser agrupadas em vários temas: sobre Michael Flynn, ex-conselheiro de Segurança Nacional; sobre a demissão de James Comey, então diretor da Polícia Federal americana (FBI); sobre Jeff Sessions, secretário de Justiça que se isentou de participar da investigação sobre a Rússia, ou até sobre os fatos relacionados com um potencial complô entre a equipe de campanha de Trump e Moscou.
"Quando teve conhecimento da reunião na Trump Tower?", realizada em junho de 2016 entre membros da equipe de campanha de Trump e uma advogada russa, questiona o procurador especial.
"Depois das renúncias, que esforços foram feitos para contactar Flynn sobre uma busca de imunidade, ou de uma possível anistia?", pergunta outra.
Segundo o ex-diretor do FBI James Comey, o presidente lhe pediu que abandonasse a investigação sobre seu ex-conselheiro de Segurança Nacional, que acabou sendo forçado a deixar o cargo.
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As perguntas não indicam, porém, que Trump seja considerado suspeito nessa investigação do procurador especial. Segundo os advogados do presidente, há vários meses, Mueller pensa em interrogar Trump no âmbito de suas investigações sobre a ingerência russa na campanha eleitoral de 2016.
Há duas semanas, o presidente recrutou outro advogado para o caso, o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani.
"Faço isso, porque espero poder negociar um acordo que seja bom para o país e porque tenho muito respeito pelo presidente e por Robert Mueller", declarou Giuliani ao jornal "The Washington Post", ao ser convidado.