acordo nuclear

Obama chama de 'equivocada' decisão de Trump sobre acordo iraniano

O ex-presidente também destacou que a decisão de Trump acaba afetando seriamente a capacidade dos EUA de se apresentar como um interlocutor confiável

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 08/05/2018 às 18:01
Foto: JIM WATSON / AFP
Em autobiografia, Obama chama a atenção para uma superpotência com dificuldades crescentes de dar conta das suas posições globais sob crescente pressão - FOTO: Foto: JIM WATSON / AFP
Leitura:

O ex-presidente americano Barack Obama fez uma rara crítica aberta ao seu sucessor nesta terça-feira (8), descrevendo a decisão de Donald Trump de abandonar o acordo nuclear do Irã como "equivocada" e um "grave erro". 

"A realidade é clara. O JCPOA (Plano de Ação Conjunto Global) está funcionando", disse Obama em nota, referindo-se ao acordo que seu governo alcançou em 2015. 

Segundo Obama, a convicção de que o acordo com o Irã é eficaz é compartilhada "por aliados europeus, especialistas independentes e até o atual Secretário de Defesa", e também responde ao interesse dos Estados Unidos.

Em um pronunciamento na Casa Branca, Trump anunciou mais cedo que Washington se retirava do acordo e assinou um memorando que repõe, com efeito imediato, as sanções econômics ao Irã que tinham sido suspensas por força do entendimento.

Na visão de Obama, "distanciar-se do JCPOA dá as costas aos mais próximos aliados dos Estados Unidos e a um acordo que foi negociado por nossos maiores diplomatas, cientistas e profissionais de Inteligência".

Interlocutor confiável

Além disso, o ex-presidente destacou que a decisão de Trump acaba afetando seriamente a capacidade dos Estados Unidos de se apresentar como um interlocutor confiável.

"O constante descumprimento de acordos dos quais nosso país faz parte erode a credibilidade dos Estados Unidos e nos deixa na contramão das maiores potências do mundo", disse o antecessor de Trump na Casa Branca.

Antes do acordo com o Irã, o governo Trump já tinha retirado os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o Clima e do Acordo Trans Pacífico, além de renegociar o Tratado de Livre Comércio da América do Norte.

Últimas notícias